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Milhares manifestam-se em Istambul contra repressão ao povo curdo

Milhares de pessoas manifestaram-se este domingo em Istambul em apoio a ativistas da causa curda presos e em greve de fome.
Manifestação do HDP. Foto ANF News.
Foto ANF News.

A manifestação, convocada pelo partido HDP, é uma reação ao agravar da linha repressiva das autoridades turcas face à questão curda. Recep Tayyip Erdoğan, presidente da Turquia, seguiu sempre uma linha dura em relação aos partidos e organizações curdas, que se agravou com a deriva autoritária após o golpe de Estado falhado de Julho de 2016, que deu origem a saneamentos, detenções e prisões abusivas entre funcionários da administração pública, políticos ou jornalistas.

Os curdos foram particularmente atingidos pela vaga repressiva de Erdoğan. Abdullah Öcalan, figura icónica da causa curda presa desde 1999, tem estado em isolamento total desde 2011, praticamente sem direito a visitas de familiares ou advogados. Leyla Güven, deputada do HDP, também presa desde há um ano por ter criticado uma operação militar turca na Síria contra milícias curdas, entrou há 3 meses em greve de fome em protesto contra as condições de encarceramento de Öcalan. A ela se juntaram em solidariedade desde então mais de 200 presos noutras prisões turcas, e também civis na Europa.

Segundo o site ANF News, Leila Güven falou aos manifestantes via Skype desde sua casa, onde se encontra há uma semana em regime de prisão domiciliária enquanto aguarda julgamento.

Sezai Temelli, atual líder do HDP, também discursou, elogiando Gũven e reclamando a sua libertação, bem como a libertação de Selahattin Demirtaş, seu antecessor no cargo, também ele preso desde Novembro de 2016. Para Temelli, estes casos demonstram que "o poder em funções ignora a lei. A justiça abandonou os tribunais. Não reconhecemos estas decisões". Manifestou todavia esperança que as próximas eleições locais, a ocorrer no final de março, dêem uma resposta firme à repressão governamental: "Este governo continua a proferir discurso de ódio todos os dias. Mas não só resgataremos os municípios usurpados pelos homens de mão nomeados pelo governo, como continuaremos a construir a democracia local".

No final da manifestação, sem incidentes, seis participantes foram detidos pelas forças policiais, segundo a mesma fonte.

Termos relacionados Luta dos curdos, Internacional
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