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Milhares de professores nas ruas contra o congelamento das carreiras

Milhares de professores concentraram-se em Lisboa após nove anos, quatro meses e dois dias de congelamento das carreiras. O Bloco de Esquerda marcou presença defendendo a alteração dos concursos, descongelamento das carreiras e diminuição do número de alunos por turma.
Foto via FENPROF.

"9A-4M-2D" foi a mensagem presente em cartazes, folhetos e t-shirts na manifestação que concentrou hoje milhares de professores de todo o país na cidade de Lisboa. 9A-4M-2D refere-se aos nove anos, quatro meses e dois dias de serviço congelado e que os professores exigem que seja contabilizado.

Os professores exigem também um regime especial de aposentação ao fim de 36 anos de serviço, a revisão dos horários de trabalho no que diz respeito ao que é considerado componente letiva e não letiva e medidas que combatam o desgaste causado pela profissão.

Entre as principais reivindicações encontravam-se também o combate à precariedade, a defesa de horários adequados ao exercício profissional, o direito à aposentação aos 60 anos e a defesa de medidas que combatam o desgaste e o envelhecimento da profissão.

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) e a Federação Nacional da Educação (FNE) admitem que, caso o governo não escute estas reivindicações, poderão avançar com uma greve na época das provas nacionais.

Mário Nogueira, líder da FENPROF, apelou ao ministro ao Educação, Tiago Brandão Rodrigues, para que "ouça e veja a rua", porque "o tempo dos compromissos acabou" e “agora o ano vai entrar numa fase sensível".

Em declarações à comunicação social, Catarina Martins lembra que os professores são “o pilar da educação e da qualificação do país”. O Bloco de Esquerda considera que existem três problemas que atravessam a escola pública, que têm solução rápida e aos quais o ministro da Educação deverá dar resposta aquando da sua ida ao Parlamento, a 23 de maio. 

A coordenadora do Bloco destaca, em primeiro lugar, a garantia do respeito pela carreira dos docentes. “Ou seja, não se pode apagar quase uma década de trabalho dos professores quando há o descongelamento das carreiras da função pública, porque têm de ser respeitados e trabalharam toda uma vida.”

É igualmente preciso “que os concursos de professores sejam corretos, justos, não deixem ninguém para trás”. Catarina Martins recorda a situação ilegal dos professores das atividades de enriquecimento curricular e professores de português no estrangeiro que estão a “ser deixados para trás em concurso de uma forma que é absolutamente ilegal. Os concursos têm de respeitar todos os professores”. 

Por último, Catarina salienta o facto de as turmas continuarem a ter um elevado número de alunos e as carreiras dos professores continuarem a ser demasiado longas. “Em Portugal, um terço dos professores está em burn-out, está completamente esgotado. As baixas médicas nas escolas são também sintoma disso. Uma escola que funciona bem é também uma escola que dá direito à reforma a quem já trabalhou toda uma vida, e que dá condições aos professores com turmas mais pequenas, com menos trabalho burocrático, com mais condições de funcionamento. Se nós não cuidarmos de quem cuida da nossa escola teremos efeitos muito negativos na educação do país”, concluiu a coordenadora do Bloco de Esquerda.

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