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Milhares de refugiados concentram-se junto à fronteira grega
Pelo menos 13 mil pessoas estão concentradas nos pontos de passagem entre a Turquia e a União Europeia, segundo a Organização Internacional para as Migrações. A Turquia permitiu a passagem dos refugiados e migrantes, tal como prometera o presidente Recep Tayyip Erdogan após o ataque aéreo sírio que matou 33 soldados turcos na província de Idlib. Erdogan queixa-se da falta de apoio europeu à sua incursão militar na Síria para proteger as zonas ocupadas pela oposição dos avanços das tropas de Assad, apoiadas pela Rússia e o Irão.
Thousands of migrants spent last night along the border between Turkey and Greece.@IOMturkey is providing humanitarian assistance to the most vulnerable. pic.twitter.com/i86CMXm7dr
— IOM - UN Migration (@UNmigration) March 1, 2020
“Eles não acreditaram no que dissemos. E o que é que fizemos ontem? Abrimos a fronteira. O número de pessoas a atravessar as portas para a Europa atingiu 18 mil no sábado de manhã, mas hoje o número pode chegar a 30 mil, e não iremos encerrar as passagens tão cedo”, prometeu Erdogan num discurso no sábado, citado pelo Guardian. Este domingo, um porta-voz do governo turco disse à Bloomberg que cerca de 80 mil pessoas já deixaram a Turquia, sem se saber no entanto se já entraram na UE ou se estão nas zonas fronteiriças com a Grécia e a Bulgária.
O governo grego reuniu este domingo de emergência, com o primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis a desdobrar-se em contactos com os líderes europeus e a reforçar a presença militar junto à fronteira. A oposição liderada pelo Syriza já apelou ao governo para “internacionalizar o problema e exigir uma intervenção imediata da União Europeia”, a começar pela convocação de uma reunião urgente do Conselho Europeu.
Após a reunião, o porta-voz do governo acusou a Turquia de se comportar como um "estado-traficante" e anunciou que a Grécia não irá registar nenhuma entrada nos próximos 30 dias e que todos os requerentes de asilo serão enviados de volta para a Turquia. Uma intenção confirmada pelo primeiro-ministro em seguida nas redes sociais.
Our national security council has taken the decision to increase the level of deterrence at our borders to the maximum. As of now we will not be accepting any new asylum applications for 1 month. We are invoking article 78.3 of the TFEU to ensure full European support.
— Prime Minister GR (@PrimeministerGR) March 1, 2020
A polícia grega prendeu no sábado 73 pessoas por tentativa de entrada no país. Todos os que se aproximam da fronteira recebem uma mensagem SMS do governo grego a informar que o nível de segurança na fronteira é máximo e com o aviso para não tentarem entrar em território grego.
Αυτόματο μήνυμα SMS σε όποιον πλησιάζει στα Ελληνικά σύνορα!#IStandWithGreece #Εβρος #μεταναστευτικο #Greece #Greece_Turkey_Borders #GreeceUnderAttack pic.twitter.com/a9hogE2OSK
— Γιάννης Γκιτσάκης (@gitsakis) February 29, 2020
Refugiados impedidos de desembarcar em Lesbos
A par das consequências do braço de ferro entre a Turquia e a UE, com a primeira a denunciar na prática o acordo em que se comprometia a manter os refugiados no seu território, nas ilhas gregas o sentimento xenófobo tem crescido nas últimas semanas. Os campos de refugiados estão sobrelotados e as promessas do governo para transferir refugiados para o continente não foi cumprida. O plano de Mitsotakis para substituir os atuais campos por centros de detenção fechados também não foi bem acolhido pela população, com manifestações encabeçadas por autarcas do próprio partido do governo, a Nova Democracia.
Em resposta a essas manifestações contra a construção dos centros de detenção, o primeiro-ministro grego mandou reprimi-las com polícia de choque enviada do continente, contribuindo assim para acirrar ainda mais os ânimos na ilha. Este fim de semana, grupos organizados patrulhavam a costa para tentarem impedir desembarques e atacar os autocarros da polícia com destino ao campo de Moria. No porto de Themi, um barco com dezenas de pessoas foi impedido de desembarcar, por entre insultos dirigidos ao representante do ACNUR na ilha e agressões a jornalistas.
This was minutes before the attack. I took photos from the pier. There was no way to escape. #Lesvos https://t.co/d6w9l5kkmp pic.twitter.com/SISsWr0Oat
— Michael Trammer (@mic_tra) March 1, 2020
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