You are here

Médicos e enfermeiros ameaçam parar o setor da Saúde

Sindicatos acusam ministério de falhar promessas e ameaçam novas paralisações caso as negociações não avancem. Enfermeiros esperam até ao final da semana para saberem se marcam greve.
Fotografia de Paulete Matos
Fotografia de Paulete Matos

Os enfermeiros fizeram um ultimato ao Ministério da Saúde: se até ao final desta semana não estiver em marcha o processo de negociação da carreira de enfermagem, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) e a Federação Nacional dos Sindicatos de Enfermagem (Fense) poderão marcar greves. O cenário já tinha sido admitido pelos sindicatos dos médicos em janeiro e, perante a ausência de respostas às reivindicações feitas, foi agora reforçado.


Ler mais: Governo falha objetivo de atribuir médico de família a cada recém-nascido


Guadalupe Simões, dirigente do SEP, afirma que deviam ter sido discutidos “o protocolo negocial para dar início à negociação da carreira de enfermagem” e o suplemento transitório de 150 euros a pagar aos enfermeiros especialistas, que não está a ser pago. A greve, perante um cenário em que o ministério não assume os compromissos assumidos, é, assim, uma possibilidade.

A próxima reunião entre o SEP e o Ministério está marcada para esta quinta-feira, dia 22 de fevereiro, e nela deverá discutir-se o plano de contratação de mais profissionais por causa da passagem para as 35 horas semanais dos enfermeiros com contrato individual de trabalho, a acontecer a partir de 1 de julho.

José Azevedo, presidente do Sindicato de Enfermeiros, diz que, na sexta-feira passada, foi enviada uma carta ao ministério da Saúde em que lhe era informado que tinha oito dias para desbloquear o contrato negocial. Caso não o fizesse, voltaria a fazer-se nova greve. O dirigente salienta que é preciso negociar as necessidades para quando os enfermeiros com contratos individuais passarem às 35 horas/semana e que estão ainda a repor metade do valor das horas incómodas e das extraordinárias.

Tendo em conta as queixas comuns, Azevedo admite a hipótese de contactar as outras estruturas de forma a perceber se poderá ser feita uma greve conjunta. O SEP não abordou a questão.

De acordo com João Proença, da Federação Nacional dos Médicos (Fnam), as principais reivindicações são a abertura de concursos paa a colocação de jovens médicos, 12 horas semanais em serviço de urgência por semana ao invés das atuais 18, mais 1500 utentes com médico de médico de família, as 35 horas de trabalho por semana, a revisão das grelhas salariais.

Ler mais: Médicos ameaçam fazer greve contra a degradação do SNS



Não havendo respostas do ministério, a Fnam admite contactar na próxima semana a Ordem dos Médico e o SIM para propor a realização de um novo Fórum Médico e decisões sobre futuras formas de luta.

Termos relacionados Sociedade
(...)