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Médicos dizem que proposta de Pizarro é “retrocesso absoluto e inaceitável”

O Governo nada avança sobre tabelas salariais, mas “deixa em aberto” um aumento da idade em que os médicos podem optar por não fazer urgências e noites. O limite para o número de utentes por médico de família pode aumentar, ou mesmo desaparecer, diz a FNAM. Por isso, está marcada greve a 8 e 9 de março.
Médicas em luta. Foto da FNAM.
Médicas em luta. Foto da FNAM.

“Inaceitável” é a expressão repetida pela representante da Federação Nacional dos Médicos a propósito da última proposta negocial do Governo, que “deixa em aberto” um possível aumento de cinco anos na idade em que os médicos deixam de fazer urgências e turnos de noite.

Segundo o que está em cima da mesa, “um médico pode deixar de fazer urgência, em vez de ser aos 55 anos, passar a ser aos 60 anos, e deixar de fazer trabalho noturno, em vez de ser aos 50 anos, passar a ser aos 55 anos”, esclarece a presidente da Comissão Executiva da FNAM, Joana Bordalo e Sá.

A sindicalista considera isto um “retrocesso absoluto, inaceitável e inadmissível”. Em declarações à Lusa, vinca que “os médicos estão esgotados e isto é inaceitável. É absolutamente inaceitável. Estão-nos a apresentar, no fundo, quase como uma moeda de troca, perda de direitos”.

Outro ponto que fica “em aberto” é que “os médicos de família podem deixar de ter limite para o número de utentes ou ter um limite diferente ou maior do que o que é agora, que é imenso”. Para ela, propostas de deste tipo vão no sentido contrário da necessidade de trazer mais médicos para o Serviço Nacional de Saúde. Um problema já profundo, mas “a sangria ainda vai piorar se nada for feito”.

Para além disso, numa reunião que classificou como “extremamente longa”, diz que houve “pequeninos avanços” sobre normas particulares de organização e disciplina do trabalho. Mas “não se falou de todo de grelhas salariais, que é o tema mais importante neste momento em cima da mesa para conseguimos prevenir a saída de médicos do Serviço Nacional de Saúde”.

Joana Bordalo e Sá diz ainda que “o doutor Manuel Pizarro sabe muito bem o que é que tem que ser feito” a este propósito: “tem que priorizar de uma vez por todas a questão das nossas grelhas salariais e não continuar a apresentar-nos este tipo de propostas indecentes”.

Por isso, os médicos decidiram manter o pré-aviso de greve para os médicos de todos os setores nos dias 8 e 9 de março.

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