Marisa quer mais mulheres no Conselho de Estado

07 de January 2016 - 16:22

Marisa Matias apontou como essencial “a questão da falta de mulheres no Conselho de Estado”, e afirmou que todos os partidos, sem exceção, têm culpa na escolha de cinco homens para representar a Assembleia da República naquele órgão.

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Em entrevista à Antena 1, Marisa Matias afirmou que, enquanto Presidente da República, escolheria para Conselheiros de Estado nomes que abrangem vários setores da sociedade, e que tentaria compensar a falta de mulheres naquele órgão, através da escolha de cinco mulheres para o Conselho de Estado, que neste momento, de entre os seus 23 membros, conta apenas com uma mulher.

Marisa Matias lembrou, também, as palavras de Marcelo Rebelo de Sousa, quando disse que “a Constituição pode ser adaptada consoante o contexto”, ou seja, “consoante os ventos que sopram de Bruxelas ou de Berlim”. Para Marisa, o que Marcelo disse “foi um aviso que fez aos portugueses/as, de que as garantias que estão na Constituição poderão não ser garantias” porque “se de Bruxelas ou Berlim vier uma indicação para cortar salários ou pensões, ou para pôr em causa a saúde ou a habitação, que provavelmente a Constituição, para ele, não vai valer”. “Para mim a Constituição vale mesmo”, esclareceu.

Sobre a polémica do Orçamento de 2012, em que se veio a verificar que Marcelo Rebelo de Sousa mentiu sobre o facto de ter concordado com a decisão do Tribunal Constitucional na altura, Marisa admitiu poder ser “até pode ser normal, pelo calor do debate, que [Marcelo] não se tivesse recordado”, mas criticou o facto de este, “numa segunda oportunidade para clarificar esta sua posição”, se ter refugiado num 'não comento'. Para Marisa Matias, “são precisamente estas atitudes que afastam os cidadãos da participação democrática”.

Já quando questionada sobre a renegociação da dívida, afirmou que enquanto Presidente da República “suscitaria o debate sobre a dívida”, porque “a renegociação é o único caminho possível”, e lembrou que até o próprio FMI já veio reconhecer que Portugal devia ter começado por aí.

Veja o entrevista na íntegra aqui.