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Marisa Matias: “O objetivo primeiro é a passagem à segunda volta”

Em entrevista ao jornal i, a candidata presidencial afirmou que a sua candidatura “é para ir até ao fim” e lembrou que as sondagens já mostraram que Marcelo pode não ganhar à primeira volta.
Foto de José Coelho, Lusa

Em entrevista ao jornal i, Marisa Matias sublinhou que vivemos um novo ciclo político, em que “há uma mudança muito significativa a acontecer no sistema político”. Revela que “não se podem tomar decisões sobre indigitações de governos em função de conveniências e preferências pessoais”, e que, enquanto Presidente da República, não irá demitir um Governo que esteja a cumprir a democracia e a Constituição.

Sobre Cavaco Silva afirmou que “é muito difícil identificar aspectos positivos” na sua Presidência, e que Cavaco sempre foi um Presidente “muito mais próximo dos seus amigos e da sua família ideológica, e de interesses particulares, do que propriamente próximo dos portugueses”.

A candidata frisou, ainda, que se dúvidas houvesse sobre a importância das funções do Presidente da República, elas “ficaram completamente dissipadas nos últimos tempos, quando se percebeu como aquele que deve ser o árbitro da democracia apitou sempre para o mesmo lado e para a mesma equipa”, acusando Cavaco Silva de ter sido um factor de instabilidade para o país e de bloqueio ao regular funcionamento das instituições.

Marisa Matias criticou também Marcelo Rebelo de Sousa pelo facto de este, enquanto comentador, ter falado de tudo, mas agora como candidato ter “posições muito pouco claras relativamente seja ao que for”. A eurodeputada lembrou, igualmente, o palco privilegiado que o candidato da direita teve, todas as semanas, ao longo de 13 anos, e que nunca o usou para defender a Constituição. “Que garantias dá de que vai defender os direitos sociais e dos trabalhadores, se quando tinha toda a liberdade do mundo não o fez?”, questionou Marisa Matias.

Sobre o que a distingue de Maria de Belém respondeu com “a questão da intersecção de interesses no sector financeiro com a política”. Segundo Marisa Matias “há sempre incompatibilidade quando se exercem cargos políticos, públicos, e ao mesmo tempo se tem compromissos com o sector privado na mesma área”, referindo-se ao tempo em que Maria de Belém era presidente da comissão parlamentar da saúde, e ao mesmo tempo tinha uma avença com o grupo Espírito Santo Saúde.

A candidata a Belém comentou, ainda, que não teria deixado passar vários pontos dos últimos orçamentos, pois acredita que “muitas das medidas de austeridade são incompatíveis com a Constituição”. “O meu compromisso enquanto Presidente seria, obviamente, o de fazer cumprir a Constituição”, frisou.

A entrevista ao jornal i encontra-se publicada na edição em papel desta terça-feira 1 de Dezembro.

Para propor a candidatura de Marisa Matias clique aqui.

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