“Precisamos de reconquistar esses direitos. E havendo poucos espaços, cada vez mais restritos, no caso da democracia formal – o que tem muita a ver com a influência dos grandes grupos económicos – este é um excelente exemplo de como, à escala global, se pode mobilizar, a partir da Marcha Internacional das Mulheres, um movimento tão intenso quanto este, que envolve mulheres, homens, envolve toda a gente cuja dignidade está a ser atingida”, afirmou Marisa Matias à margem da Marcha das Mulheres que teve lugar este sábado não só em Lisboa, como também no Porto, Braga, Coimbra, Angra do Heroísmo e Faro.
Segundo a eurodeputada, a eleição de Donald Trump é “um símbolo de uma crise política que é mais vasta do que ele próprio e a sua eleição e que não podemos de maneira nenhuma deixar avançar”.
Marisa Matias afirmou ainda que, “no espaço da União Europeia (UE), e noutros contextos mundiais, há muitos exemplos no que respeita ao ataque aos direitos das mulheres” e que é preciso “dar resposta não apenas no plano institucional”.
“A UE está a caminhar muito aceleradamente para o abismo”, alertou a dirigente bloquista, fazendo referência aos fenómenos de crescimento da extrema-direita.
“A ocupação da democracia pelos interesses económicos deixou muita gente sem resposta, muitos espaços vazios que estão a ser ocupados pela extrema-direita. É altura de os ocuparmos nós, as forças progressistas”, acrescentou.