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Marcha pelo Tejo protesta contra situação catastrófica do rio e afluentes

A marcha decorreu hoje nos distritos de Castelo Branco, Portalegre e Santarém e reuniu cerca de 200 pessoas. Poluição da bacia hidrográfica do Tejo e construção de armazém de resíduos nucleares em Almaraz foram temas principais.
Marcha pelo Tejo

A iniciativa promovida pelo Bloco pretendia chamar a atenção da opinião pública e das entidades responsáveis pelo ambiente para os problemas que afetam o Rio Tejo e afluentes. Pedro Soares, deputado do Bloco e presidente da Comissão Parlamentar de Agricultura, Ambiente e Ordenamento do Território afirmou que “o Bloco tem tido como uma grande preocupação as questões ambientais e em particular os problemas que se vinham arrastando há anos de poluição da bacia hidrográfica do Tejo”.

“O Bloco quer alertar para a necessidade de se continuar a trabalhar no sentido de termos um Tejo ambientalmente são e ecologicamente vivo, porque isso é fundamental para o país o aproveitamento do Tejo enquanto recurso económico nas suas múltiplas vertentes, desde a pesca, o turismo passando pela atividade industrial", sublinhou.

Na primeira etapa da marcha, em Vila Velha de Ródão, os protestante reuniram com o presidente da Câmara, Luís Pereira, que garantiu que a empresa de celulose, grande poluidora da região, investiu cerca 80 milhões de euros para iniciar obras para evitar continuar a poluir. Depois de Vila Velha de Ródão, o almoço da Marcha pelo Tejo decorreu em Nisa, com intervenções dos deputados Jorge Costa e Pedro Soares e de Manuel Costa Alves (Meteorologista, activista Tejo Seguro e Romãs Também Resistem). A marcha prosseguiu durante a tarde por Abrantes e Torres Novas e terminará pelas 18h em Torres Novas num comício com intervenções da vereadora bloquista Helena Pinto, do deputado Carlos Matias e de Catarina Martins.

Construção de armazém de resíduos nucleares em Almaraz é “muito preocupante”

Relativamente ao anúncio da construção de um armazém de resíduos nucleares na Central Nuclear de Almaraz, em Espanha, Pedro Soares manifestou uma "enorme preocupação”. "Esta autorização para a construção de um armazém de resíduos nucleares a poucos quilómetros da fronteira, aumenta a pressão nuclear sobre toda esta região e, como é óbvio, aumenta em muito o risco de acidentes e de poluição precisamente a partir da atividade nuclear em Almaraz", acrescentou.

O Conselho de Segurança Nuclear aprovou a construção de um armazém temporário individualizado para os resíduos da central nuclear de Almaraz, infraestrutura que irá ocupar uma superfície de 3.646 metros quadrados e servirá para guardar o combustível usado pelos reatores até que seja possível ser transladado para o Armazém Temporário Central de resíduos nucleares previsto para Villar de Cañas (Cuenca).

A notícia vem contra a decisão unânime do parlamento português pelo encerramento da central nuclear e por essa razão deputado bloquista Jorge Costa perguntou esta sexta feira ao governo português que diligências pretende tomar junto do governo espanhol e das instituições europeias e que informações tem relativas à construção do Armazém Temporário Individualizado.

Jorge Costa lembra que “atualmente o combustível é armazenado em piscinas cuja previsão de saturação são para agosto de 2017 e dezembro de 2019 para cada um dos reatores”. E salienta que “a aprovação da construção deste armazém para gerir combustível após estas datas indicia a preparação para expandir a vida útil da central nuclear de Almaraz o que deverá merecer o protesto veemente, a exigência de travagem deste processo e medidas diplomáticas por parte do governo português”.

A central nuclear de Almaraz funciona desde o início da década de 1980, e, apesar das várias avarias que já teve, o governo espanhol prolongou o seu funcionamento até 2020. Está situada junto ao Tejo, a 100 km da fronteira com os distritos portugueses de Castelo Branco e Portalegre.

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