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Manuel Pinho deixa deputados sem respostas sobre favorecimento à EDP

O ex-ministro compareceu na comissão parlamentar de inquérito, mas invocou o “direito ao silêncio” para não falar de assuntos em que é suspeito de corrupção e enriquecimento sem causa.
Manuel Pinho na comissão parlamentar de inquérito às rendas de energia. Foto António Cotrim/Lusa

"Neste momento em que o meu bom-nome já foi vilipendiado meses a fio, a conselho dos meus advogados exerço o meu direito de me manter em silêncio nesta comissão parlamentar, relativamente aos temas acima identificados, os quais são objeto de inquérito criminal em que eu sou considerado suspeito", disse o ex-ministro Manuel Pinho aos deputados.

O silêncio de Pinho foi encarado pelos deputados como um desrespeito à comissão de inquérito. Para o deputado bloquista Jorge Costa, "a única opção legal de Manuel Pinho é responder com verdade, qualquer outra deve ter consequências".

Há quatro meses, Pinho foi ao parlamento responder a questões noutra comissão parlamentar, prometendo revelar todos os esclarecimentos quando fosse chamado à comissão de inquérito, que tem poderes especiais. Mas esta quinta-feira, Pinho manteve o silêncio sobre a existência de favorecimento por parte do seu governo relativamente à EDP, à REN e a outras empresas do setor elétrico, ou os eventuais atos de corrupção e de enriquecimento sem causa praticados durante e após a sua passagem pelo governo socialista.

Sem responder a questões dos deputados sobre essas matérias centrais nos trabalhos desta comissão de inquérito às rendas excessivas do setor energético, Manuel Pinho leu uma declaração inicial e clamar a sua inocência nos casos em que é suspeito.

"Enquanto ministro da economia agi sempre e exclusivamente em prol do interesse público, não tendo favorecido quaisquer interesses particulares, não tendo sido corrompido, nem recebido de ninguém pagamentos ou convites indevidos, sendo falso aquilo que tem sido propalado de que eu receberia uma remuneração ou uma avença do Banco Espírito Santo enquanto fui governante”, afirmou Pinho, sem prestar nenhum esclarecimento sobre essas suspeitas.

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