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Manuel Grilo quer Salgado fora da empresa municipal de reabilitação urbana

O vereador bloquista na Câmara de Lisboa vai propor que Manuel Salgado, de saída do pelouro do urbanismo, abandone também a administração da Sociedade de Reabilitação Urbana. Pretende-se impedir que Salgado saía “sem sair, estando liberto do escrutínio político na empresa municipal de obras”.
Manuel Grilo
Manuel Grilo. Foto de Paula Nunes.

Manuel Grilo anunciou que, na próxima reunião da Câmara Municipal de Lisboa, vai propor que Manuel Salgado deixe de integrar o conselho de administração da Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU). O vereador do Partido Socialista, que está há 12 anos a dirigir o Urbanismo, Planeamento e Obras, informou da sua saída do pelouro, sendo substituído por Ricardo Veludo.

Só que, em entrevista ao Expresso, manifestou que estaria “disponível para continuar” na administração da SRU da qual passou a ser presidente desde julho de 2018. Os estatutos desta empresa municipal passaram também a concentrar competências no âmbito de obras que até então estavam nas mãos do executivo municipal como construção de creches, escolas, centros de saúde e casas novas.

Para o vereador bloquista, isto aparentaria ser “uma vereação a meias com Ricardo Veludo”, o que considera inaceitável. Nestas circunstâncias, “Salgado sai sem sair, estando liberto do escrutínio político como administrador da empresa municipal de obras.”

Ao Público, o gabinete do Bloco na Câmara de Lisboa esclarece também que o partido “sempre foi contra a constituição da SRU enquanto solução para as intervenções urbanísticas na cidade”. As críticas a Salgado dirigem-se também ao seu Plano Director Municipal “que permite atribuir créditos de construção e assim acrescentar pisos aos edifícios ao sabor dos promotores imobiliários”.

Manuel Grilo esclarece que “foi assim com a Torre de Picoas na Avenida Fontes Pereira de Melo e é com esse suporte legal que se propõe a construção da torre no quarteirão da Portugália na Avenida Almirante Reis. É assim em tantos outros casos porque o PS assim o definiu”. Para Grilo, a saída de Salgado deveria constituir “uma oportunidade para inverter esta forma de fazer a cidade e de colocar as pessoas como prioridade e não os negócios”.

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