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Manifestações anti-governo em várias cidades iranianas

Em resposta aos protestos que começaram na quinta-feira, juntando centenas de pessoas, em Mashad, alastrando-se no dia seguinte a Kermanshah, Teerão, Qom e outras cidades, o Governo iraniano promoveu manifestações de apoio ao regime em mais de 1200 cidades, este sábado, lançando ainda avisos contra novos "ajuntamentos ilegais".
Porém, os protestos contra o regime, o aumento dos preços e o crescente desemprego continuam, naquela que já é considerada a maior onda de contestação desde os protestos de 2009 (foram oito meses de protestos na rua, aquando da reeleição do Presidente Mahmoud Ahmadinejad), segundo a imprensa internacional.
Nas redes sociais, incluindo o Twitter e o Telegram, muito usados pelos iranianos, há relatos e vídeos deste terceiro dia de protestos, em cidades como Teerão, Shahr-e Kord, Rasht, Hamedan, Kermanshah ou Qazvin, avançam as agências Reuters e a AFP.
Neste sábado, registaram-se ainda confrontos na Universidade de Teerão, segundo os múltiplos vídeos publicados nas redes sociais, que mostram a polícia de choque usando gás lacrimogéneo, balas de borracha e barreiras contra os estudantes, que gritam slogans contra o ayatollah Khamenei, diz no Twitter a analista iraniana-americana Holly Dagres, coordenadora da newsletter The Iranist.com, citada pelo Público.
Nos protestos, gritam-se palavras de ordem contra o Líder Supremo Ali Khamenei, a maior autoridade religiosa da República Islâmica, mas também contra o Presidente Hassan Rohani, reeleito em maio deste ano, e contra a intervenção do Irão nas guerras na Síria e no Iraque.
Uma das imagens que circula na internet mostra uma corajosa mulher iraniana que retirou o seu hijab, colocando-o num pau como estandarte, em protesto contra o uso obrigatório do véu, que vigora desde a revolução de 1979. Este evento teve lugar também esta semana, na quarta-feira, numa grande avenida em Teerão. A mulher foi presa e impedida de continuar com o seu protesto. Entretanto, a polícia de Teerão veio dizer que não prenderá mais ninguém, mas apenas se o véu cair acidentalmente, o que claramente não satisfaz as exigências de autodeterminação das mulheres iranianas.
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