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Manifestação em Lisboa em defesa da democracia brasileira

Mais de duas centenas de pessoas protestaram contra a prisão de Lula da Silva e o ataque à democracia no Brasil. Joana Mortágua frisou que “meteram Lula na cadeia para criminalizar a esquerda e para prender não um homem mas uma ideia”.
Foto Esquerda.net.

Os manifestantes entoaram palavras de ordem como “Golpistas, fascistas, não passarão”, "A democracia foi atacada", "Brasil vive uma ditadura", "Lula da Silva tem de ser libertado", "Os Fascistas e Golpistas não passarão", "Ex-Presidente é um preso político", "Somos todos Lula" e "Sempre em defesa dos Valores de abril em Portugal e no Brasil".

Em declarações à agência Lusa, a ativista Samara Azevedo, do Coletivo Andorinha, Frente Democrática Brasileira de Lisboa, afirmou que os brasileiros, incluindo os que residem em Portugal, "têm de lutar e resistir pela liberdade de Lula", frisando que “a condenação de Lula foi feita sem provas, atropelando o Direito constitucional de recorrer em liberdade".

A condenação de Lula, a 12 anos e um mês de prisão, "não foi baseada em provas, mas em convicções e delações tendenciosas, tornando-se um processo infinitamente mais político do que jurídico, com claro objetivo de interferir nas eleições presidenciais deste ano", avançou.

Para Samara Azevedo trata-se de “uma condenação para tentar salvar a prática de um programa de Governo não aprovado nas urnas, iniciado pela ascensão golpista de Michel Temer".

A ativista do Coletivo Andorinha afirmou que Lula foi preso porque "o plano" de Temer "estava em risco", na medida em que ia ser derrotado nas eleições, “pois Lula se apresentava com larga liderança" em todas as sondagens.

Samara Azevedo deixou um apelo à “unidade e coordenação na luta pela democracia no Brasil, tanto a nível nacional como internacional", acrescentando que "o poder político passou a atuar como agente político, relegando a sua razão de existência imparcial".

“Temos de lutar para mostrar que não temos medo”

A deputada bloquista Joana Mortágua frisou que prenderam Lula da Silva "para criminalizar a esquerda e para prender não um homem mas uma ideia”.

“E prenderam-no para que tenhamos medo. Temos de continuar a lutar para mostrar que não há medo e até que Lula seja libertado", avançou.

A iniciativa contou também com a presença do dirigente do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) Moisés Bonifácio que anunciou que, na terça-feira, oito governadores de Estados no nordeste brasileiro estarão em Curitiba para visitar Lula da Silva.

"Defendemos o direito de Lula da Silva ser candidato a Presidente do Brasil", afirmou Bonifácio.

Na pŕoxima quinta-feira, dia 12 de março, realizar-se-á a sessão pública “O Futuro das lutas democráticas: em defesa da democracia brasileira”. A iniciativa, que terá lugar no Capitólio, em Lisboa, a partir das 18h, conta com a presença de de Guilherme Boulos e Manuela D'Ávila (ambos pré-candidatos à Presidência do Brasil pelo PSOL e PCdoB, respectivamente), Tarso Genro (PT), Cristina Narbona (Presidenta do PSOE), Pablo Iglesias (Secretário-Geral do Podemos), Ana Catarina Mendes (Secretária-Geral adjunta do PS) e Catarina Martins (Coordenadora do Bloco de Esquerda). A sessão será coordenada por Pilar del Río (FJS) e Boaventura de Sousa Santos (CES).

 

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