You are here

“Manada feminista” ocupa Portas do Sol

Na sequência do movimento de reação à sentença do grupo “La Manada”, um grupo feminista rompeu a barreira policial que impedia o acesso às Portas do Sol, interrompendo os festejos do dia da Comunidade de Madrid.
“Manada feminista” ocupa Portas do Sol
Foto via Twitter.

Um grupo feminista interrompeu os festejos do dia da Comunidade de Madrid. O grupo mostrava a sua indignação com a sentença dada ao grupo “La Manada” e gritava “Calma, irmã, aqui está a tua Manada” e “Não é abuso, é violação”. “La Manada” é o nome dado a um grupo de cinco homens que violaram uma jovem no Estado espanhol. O nome surge do título destes deram à sua conversa de grupo na aplicação WhatsApp, na qual planearam a violação. Apesar da violação em grupo, da gravação do ato em vídeo e do roubo do telemóvel da vítima, o tribunal do Estado espanhol não considerou que tenha ocorrido violência, intimidação ou violação, condenando os agressores a sete anos de prisão por abuso sexual.

O grupo 8-M de Madrid tinha convocado uma concentração para esta manhã. A meio da manifestação, os presentes começaram a gritar “vamos ao Sol”, convocando as manifestantes para que se dirigissem ao local onde decorriam as celebrações anuais do dia de Madrid. Chegadas ao local, as manifestantes conseguiram romper com o cordão policial e interromperam com as suas palavras de ordem as celebrações, gritando que “não há nada que celebrar”. As celebrações da Comunidade de Madrid, tradicionalmente silenciosas, apenas com o som dos tambores e do desfile militar, foram ofuscados pelas palavras “juízes machistas violam a justiça”, “se tocam em uma, tocam em todas” e “estamos em guerra, autodefesa feminista”.

Desde que a sentença do juiz Ricardo Javier González foi tornada pública, na passada semana, que surgiu um movimento em todo o Estado espanhol em solidariedade com a jovem violada e de repúdio da decisão judicial. Dezenas de milhares de pessoas têm saído às suas também para deixar claro que acreditam no relato da vítima, gritando “eu acredito em ti”. Surgiu também nas redes sociais o hashtag #Cuéntallo, incentivando as mulheres a partilharem os seus testemunhos de violência sexual.

Termos relacionados Internacional
(...)