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Mais tempo frente ao ecrã associado a pior saúde mental nas crianças

Um estudo canadiano mostrou que, durante a pandemia, as crianças e jovens que mais tempos passavam em frente ao ecrã apresentavam maiores níveis de depressão, irritabilidade, incapacidade de concentração e hiperatividade.
Criança ao telemóvel.
Criança ao telemóvel.

Um estudo de investigadores canadianos, publicado esta terça-feira na revista científica Journal of the American Medical Association, concluiu que usos mais frequentes de ecrãs se mostraram “associados a saúde mental pobre nas crianças e jovens durante a pandemia de Covid-19”. O tempo passado em frente à televisão ou nas redes sociais foi assim associado a “maiores níveis de depressão, ansiedade, incapacidade de concentração” e o passado a jogar a “maiores níveis de depressão, irritabilidade, incapacidade de concentração e hiperatividade”.

Entre maio de 2020 e abril de 2021, acompanharam-se 2.036 crianças e jovens de Ontário, entre os dois e os 18 anos medindo-se o recurso a ecrãs para vários efeitos. Já tinham existido investigações anteriores a fazer esta associação mas o novo estudo apresentou “provas consistentes” de que esta utilização agravou problemas de saúde mental durante este período.

Para além disso, a saúde mental dos mais novos foi influenciada não só pelo aumento generalizado do tempo passado em frente a ecrãs mas também pelo isolamento social devido aos confinamentos e por fatores como as alterações dos padrões de sono, a diminuição de exercício físico e a suspensão de outras rotinas.

Segundo esta avaliação, os mais novos, à volta dos seis anos, que usavam os ecrãs dos seus aparelhos durante mais tempo apresentavam mais sintomas de falta de concentração e hiperactividade. E os mais novo mais ansiedade, irritabilidade e depressão e falta de concentração.

Ao Público, Catherine Birken, do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade de Toronto, uma das investigadoras que participaram no estudo, disse que, quando o começaram, não estavam à espera “da associação generalizada entre o aumento do tempo de ecrã e sintomas de ansiedade, depressão, desatenção e hiperactividade”, que pensavam que “o tempo gasto em videochamadas estaria associado a menos sintomas negativos de saúde mental, mas percebemos que as videochamadas não conferem qualquer tipo de proteção.”

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