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Mais de 90% dos tripulantes de cabine da Ryanair em greve

Trabalhadores acusam a Ryanair de não respeitar a legislação laboral portuguesa. Empresa abre processos disciplinares aos trabalhadores que não cumprem as quotas de vendas a bordo e trata baixas médicas por doença como faltas injustificadas ao trabalho.
Mais de 90% dos tripulantes de cabine da Ryanair em greve
Foto de Marco Tersigni/Flickr.

Os tripulantes de cabine da Ryanair iniciaram hoje o primeiro de três dias não consecutivos de greve, a ter lugar no período da Páscoa, reivindicando o respeito dos direitos laborais previstos na lei nacional. A adesão à greve dos tripulantes portugueses da Ryanair ultrapassa os 90%.

Uma vez que as conversações com a transportadora aérea não deram frutos, a greve, convocada pelo Sindicato Nacional Do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), terá lugar hoje, no domingo de Páscoa e quarta-feira, dia 4 de abril.

O sindicato afirma que a Ryanair não aplica a legislação portuguesa, nomeadamente no que diz respeito aos direitos inscritos na Constituição e no Código de Trabalho. O SNPVAC dá como exemplo a lei da parentalidade, os “processos disciplinares porque não se atingiram quotas de vendas a bordo” e o facto de a empresa tratar uma baixa médica por doença como uma falta injustificada.

Em retaliação, a transportadora aérea ameaçou os trabalhadores. “Se estas greves desnecessárias avançarem, vão perder salário, prejudicar o bom nome dos tripulantes de cabine da Ryanair junto dos nossos clientes e teremos que rever o número de aeronaves atualmente baseadas em Portugal”, lê-se no documento assinado por Eddie Wilson, responsável pelos recursos humanos da companhia aérea, ao qual a agência Lusa teve acesso.

Porém, apesar da elevada adesão à greve em Portugal, o sindicato acusa a empresa de estar a infringir a lei ao substituir os trabalhadores em greve por tripulantes de outros locais

“Há uma substituição de grevistas porque a Rynair, novamente cometendo uma ilegalidade, traz tripulantes de outras bases para fazer os voos a partir das bases em Portugal”, criticou Luciana Passo, dirigente do SNPVAC.

Ainda segundo o sindicato em declarações à Lusa, só saíram três dos oito voos que deveriam ter partido da cidade do Porto esta manhã.

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