You are here

Maioria dos jovens LGBT+ sentiu-se desconfortável no confinamento em família

Maioria dos jovens LGBT+ afirmou também sentir-se isolado das redes de apoio habituais. Coordenadores do estudo da FPCEUP defendem que serviços de apoio e centros de abrigo dirigidos a esta população devem estar particularmente atentos durante a pandemia.
Maioria dos jovens LGBT+ sentiu-se mal no seio familiar durante o confinamento
Fotografia de Miguel Discart/Flickr.

A informação é da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto (FPCEUP) que divulgou os resultados preliminares de um estudo com jovens Lésbicas, Gay, Bissexual, Trans e outras minorias sexuais e de género (LGBT+). 

No total foram inquiridos 632 jovens LGBT+ com idades entre os 16 e os 35 anos a passar o período de confinamento com a sua família biológica. O estudo tinha por objetivo “avaliar a saúde psicológica e as redes de apoio social” desta população, pretendendo avaliar os impactos que a pandemia terá a curto, médio e longo prazo na saúde psicológica destes jovens. 

De acordo com as conclusões dos resultados preliminares, a maioria não se sentiu confortável junto da família neste período de confinamento e isolamento social. 

Segundo estes dados preliminares, a maioria dos inquiridos vive habitualmente com os pais e um em casa cinco regressou a casa dos pais durante o período de vigência do Estado de Emergência.

Dos inquiridos, 59% afirmaram estar desconfortáveis no seio familiar e três em cada 10 sentiram-se “bastante desconfortáveis” a viver em casa dos pais durante o confinamento social. 

Além disso, 35% dos inquiridos sentiram-se “sufocados” por não poder expressar a sua identidade junto da sua família biológica. Entre aqueles que já tinham revelado anteriormente à família a sua orientação sexual ou identidade de género, 35% afirmaram que as mesmas “lidam mal ou muito mal” com isso. 

Segundo os dados preliminares aos quais a Lusa teve acesso, 6 em cada 10 jovens sentiram que a pandemia da covid-19 afetou “bastante” a sua vida por serem pessoas LGBT+. 

O isolamento social teve também um efeito negativo nas redes de apoio tão fundamentais para esta população: metade dos inquiridos  admitiram sentir-se isolados dos amigos e 35% “extremamente isolados” do namorado ou namorada.  

“Quanto ao presente estudo, se para alguns e algumas jovens a pandemia da covid-19 não teve impacto nas suas redes de apoio social, uma proporção importante sentiu-se bastante isolada dos seus amigos”, refere a FPCEUP em comunicado ao qual a Lusa teve acesso. 

Com base nestes dados, os coordenadores do estudo recomendam que “os serviços de apoio, abrigos e demais redes de apoio social permaneçam particularmente atentos e disponíveis durante este período para atender às necessidades dos jovens LGBT+”.

Termos relacionados Sociedade
(...)