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Maior manifestação dos últimos anos no Entroncamento

Cerca de mil ferroviários contestam os projetos de privatização da Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário e os cortes salariais e de pensões, e denunciam as políticas de destruição do serviço público ferroviário.
Ferroviários contestam venda/privatização da EMEF. Foto de Carlos Matias

Centenas de trabalhadores e reformados da EMEF (Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário) bloquearam, esta terça-feira, a linha ferroviária do Norte, no Entroncamento, durante cerca de 15 minutos, no final da a “maior manifestação dos últimos 30 anos no Entroncamento”, segundo os trabalhadores.

O protesto começou com um plenário dos trabalhadores da EMEF, que depois saíram para a rua e se juntaram aos reformados na grande manifestação que percorreu as ruas do Entroncamento, com cerca de mil ferroviários.

Que o país invista na construção de material ferroviário

Os trabalhadores protestaram contra o corte dos salários e dos direitos no sector, assim como “as políticas de privatização/concessão e destruição do serviço público ferroviário”. Exigiram respeito pelos seus direitos, mas também que o país invista na construção de material ferroviário.

Presente na manifestação, o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, disse à Lusa que a manifestação demonstra que os trabalhadores da ferrovia não estão “nem satisfeitos nem resignados em relação ao que pode ser a EMEF” para e economia do país e que apoiam a proposta da CGTP de investimento para que a empresa possa construir material ferroviário, contribuindo para a criação de emprego e a redução das importações e da dívida.

Não ao fecho das oficinas

O cartaz que encabeçou a manifestação marcava este lema: “não à privatização da EMEF, ao fecho de oficinas, à redução de trabalhadores”.

Arménio Carlos sublinhou ainda que “estamos aqui para afirmar junto do governo: ouçam a voz dos ferroviários e ouçam a sua disponibilidade e as propostas para que a EMEF deixe de ser uma empresa que faz apenas a manutenção do material circulante para passar a ser uma empresa que construa material ferroviário circulante”.

O líder da CGTP lembrou que desde o encerramento da Sorefame o país ficou sem qualquer empresa com capacidade de construção de material ferroviário e alertou para a necessidade, “dentro de breves anos”, de renovação das frotas da CP – Comboios de Portugal e dos metropolitanos de Lisboa e do Porto.

“Não havendo uma empresa que construa em Portugal, as carruagens terão que ser construídas no exterior o que quer dizer aumentar a dívida”, sublinhou, recordando que a EMEF tem um projeto técnico, trabalhadores competentes, experiência acumulada e “vontade de pôr o país a andar para a frente”.

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