Jean-Luc Mélenchon acusou os média franceses e em particular o diário Le Monde de fazerem um “lepenismo mediático” ao publicar uma verdadeira publi-reportagem de quatro páginas sobre o triunfo da Frente Nacional de Marine Le Pen. O líder da Frente de Esquerda insurge-se contra o exagero em relação aos resultados da extrema-direita, mostrando como a sua formação de esquerda ganha em relação ao partido de Le Pen em muitos aspetos e, no entanto, os média pouco ou nada o mencionam.
Os dados
A Frente Nacional não apresentou um número recorde de listas autónomas: não foram mais que em 1995, e foram menos que a Frente de Esquerda: 585 daquela e 600 desta. A FN teve uma percentagem de votos 1,40% inferior ao resultado das presidenciais, a Frente de Esquerda teve 0,32% a mais. A FN elegeu 473 conselheiros municipais no primeiro turno e a Frente de Esquerda mais de 2000. A comparação favorece a esquerda também em número de cidades ganhas na primeira volta: 67, contra uma única da extrema-direita. Numa contagem a FN ganha à Frente de Esquerda, mas por pouco: a primeira teve 323 listas com mais de 10% dos votos, contra 308 da Frente de Esquerda.
Nada que justifique, defende Mélenchon, o tratamento triunfal dado aos resultados da FN em contraste com os resultados da Frente de Esquerda.