Loures: Fabian Figueiredo desafia CDU para plano de combate à precariedade

15 de September 2017 - 8:30

No debate autárquico de Loures promovido pela TVI esta quinta-feira, Fabian Figueiredo acusou André Ventura de ser um "tubo de ensaio eleitoral" do PSD para um discurso de ódio e, desafiou a CDU para um plano municipal de combate à precariedade para os próximos quatro anos.

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Na "Junta de Freguesia de Loures, liderada pela CDU, continuam a existir Contratos de Emprego Inserção, ou seja, trabalho não remunerado”, disse Fabian Figueiredo no debate autárquico de Loures promovido pela TVI.
Na "Junta de Freguesia de Loures, liderada pela CDU, continuam a existir Contratos de Emprego Inserção, ou seja, trabalho não remunerado”, disse Fabian Figueiredo no debate autárquico de Loures promovido pela TVI.
Num debate marcado antecipadamente pelas afirmações racistas e xenófobas do candidato do PSD, André Ventura rejeitou acusações de racismo, afirmando que tem “muitos amigos de etnia cigana” para imediatamente apontar “problemas” onde discriminou toda a comunidade.
 
Fabian Figueiredo, candidato do Bloco de Esquerda à Câmara Municipal de Loures, esclareceu que “o incitamento ao ódio e à discriminação racial são crime em Portugal. Como, aliás, em todos os Estados de Direito democráticos do pós-II guerra mundial e das ilações que retirámos sobre o que deve ser a vida em sociedade”, reforçando a justiça da queixa-crime apresentada pelo Bloco contra o candidato do PSD.
 
“André Ventura ao reafirmar isto mostra mais uma vez que é um tubo de ensaio dentro do PSD”. Para Fabian Figueiredo, “o PSD decidiu usar o concelho de Loures para testar o discurso populista, autoritário e de extrema-direita para ver se tem colhimento eleitoral, muito ao estilo de Marine Le Pen”. Algo que faz de André Ventura um “candidato derrotado”.
 
E afrontou as contradições do próprio PSD de Loures nesta matéria: “o número dois de André Ventura condecorou a Pastoral Cigana. O André Ventura pinta um cenário em Loures que podia pintar em qualquer outro concelho”, continuou. “Vem para a campanha de Loures falar de pena de morte, da prisão perpétua, ou até dos parquímetros”, e neste caso relembrou que “quem está na administração da empresa municipal de parquímetros é um dos candidatos e mandatário de André Ventura, mas disso não fala”.
 
Para Fabian Figueiredo, "a questão é mais complexa". Existe “necessidade de mais diálogo intercultural”, algo que se alcança por exemplo recuperando o “festival o bairro i o mundo” e, promovendo “projetos de diálogo intercultural. O que as pessoas sabem é que no concelho de Loures não vivemos fora do estado de direito”, concluiu.
 
Sobre o futuro político do concelho, o candidato do Bloco admitiu que “não se pode dizer que haja saudades em Loures sobre a governação do Partido Socialista. Tanto assim é que, nestas eleições, ninguém disputa a herança de Carlos Teixeira”, ex-presidente da câmara de Loures que agora se candidatou como independente à Câmara Municipal de Lisboa.
 
Mas face aos últimos quatro anos de governação da CDU, em coligação com o PSD, Fabian Figueiredo considera que “ficaram demasiado presos à gestão da dívida deixada por Carlos Teixeira”. Ou seja, diz, “faltou força e determinação para ir mais longe nos transportes, na habitação e no reforço dos serviços públicos”. Mas o candidato do Bloco exige mais, pois “também em matéria de Transparência precisamos de ir muito mais longe. Preocupa-nos que a administração da Loures Parque [empresa que gere o estacionamento do município] tenha sido dividida pelo PCP e pelo PSD”. E lembrou também o “caso do veterinário municipal”, para onde foi nomeado um jurista do PSD.
 
Por último, deixou um desafio à CDU em matéria de precariedade. “Nos últimos quatro anos o ritmo de combate à precariedade foi lento”. Na "Junta de Freguesia de Loures, liderada pela CDU, continuam a existir Contratos de Emprego Inserção, ou seja, trabalho não remunerado”. Por isso, “o desafio que o Bloco de Esquerda faz à CDU é que nos próximos quatro anos criemos um Plano Municipal de Combate à Precariedade em todas as autarquias”.