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Louisiana recusa aborto a grávida de feto sem crânio

Nancy Davis tentou interromper a gravidez assim que uma ecografia revelou que o seu feto não tem o topo do crânio, uma condição fatal denominada acrania. O hospital do Estado do Louisiana recusou o seu pedido.
Protesto em frente ao Supremo Tribunal. Foto de MICHAEL REYNOLDS, EPA/Agência Lusa.

Forçada a escolher enfrentar a gravidez de um feto sem crânio até o fim – para o bebé depois morrer em poucas horas – ou viajar vários estados para conseguir ter acesso ao aborto, Nancy Davis contratou o advogado de direitos civis Ben Crump enquanto avalia como proceder.

Este é mais um dos exemplos das consequências dramáticas da decisão da Suprema Tribunal dos EUA de eliminar o direito ao aborto em todo o país.

O Louisiana está entre aqueles que proibiram o aborto com pouquíssimas exceções. Davis, de Baton Rouge, explicou que tentou interromper a gravidez depois de ter sido detetado que o seu feto não tem o topo do crânio, uma condição conhecida como acrania, que mata os bebés minutos ou horas após o nascimento.

Na medida em que a acrania não foi explicitamente incluída na lista de condições que justificam uma exceção à proibição do aborto no estado, o hospital que tratou Davis recusou interromper a sua gravidez, que, na sexta-feira, estava na sua 13ª semana.

Ben Crump defendeu que a proibição do aborto vem “infligir profundo trauma emocional e físico” na sua cliente, bem como em outras mulheres em situação semelhante.

Na sexta-feira, Davis planeava viajar para a Flórida ou a Carolina do Norte, tendo de arrecadar dinheiro para a sua viagem.

Quase ao mesmo tempo que se tornou conhecida a situação de Davis, um tribunal da Flórida impediu que uma menina grávida de 16 anos fizesse um aborto. O tribunal considerou que a menina era muito imatura para decidir se deveria ou não fazer um aborto e, portanto, deveria dar à luz uma criança.

No início do verão, uma menina de 10 anos do Ohio que foi violada teve que viajar para a vizinha Indiana para interromper a sua gravidez.

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