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Londres converte túneis subterrâneos da 2ª Guerra em campos de cultivo

Debaixo de uma das mais movimentadas linhas de metro do mundo, a Northern Line de Londres, que liga as regiões norte e sul da metrópole, começa a ser desenvolvida a primeira plantação agrícola subterrânea da capital inglesa.
Espalhadas por três andares, as plantações devem render 2,5kg de alimentos por metro quadrado

O projeto, apresentado a potenciais investidores no começo do mês de fevereiro, chamou à atenção pela localização escolhida: os túneis de abrigo construídos na década de 40 para servirem de abrigo à população londrina durante a Segunda Guerra Mundial.

 

“O lugar reunia todos os requisitos que nós procurávamos: tem a temperatura estabilizada em 16ºC durante o ano todo e espaço suficiente para os nossos planos: são 10.000m² de espaço para plantar”, explicou Richard Ballard, um dos fundadores da empresa Zero Carbon Food, responsável pela iniciativa empresarial.


Abandonados desde o fim da guerra, os túneis são propriedade do Departamento de Transportes de Londres (TFL, Transport for London), e foram arrendados por 25 anos para o projeto - os valores da concessão não foram divulgados. Localizados a menos de um quarteirão da estação de metro Clapham North (zona sul), eles tinham capacidade para proteger 8 mil pessoas contra os bombardeamentos, mas chegaram a servir de abrigo anti bombas para quase 12 300 pessoas em julho de 1944.

 

Desde o fim da guerra, os túneis estavam abandonados e os planos para utilizá-los como parte da rede de transporte ferroviária nunca saíram do papel. Hoje, situam-se a menos de 5 quilómetros do mercado de Covent Garden, região que reúne comerciantes e restaurantes que a empresa pretende atrair como clientes.

Usando técnicas de plantação hidroponica com água da chuva (a proposta é usar 70% menos água que o utilizado na agricultura tradicional), e um sistema de iluminação com luzes LED.

“A proximidade com os consumidores é outra vantagem (dos túneis), porque podemos entregar os vegetais aos consumidores em poucas horas. Isso aumenta o tempo de vida deles e diminui drasticamente os gastos com transporte, o que implica menos emissão de carbono”, explicou Steven Dring, sócio fundador da empresa.

Para chegar à plantação, é necessário descer 11 andares de escadas, mas um elevador deve ser instalado em breve.

Foram quase dois anos de investigação antes do lançamento da empresa, que pretende ver as suas primeiras encomendas nas ruas até o início do verão, em agosto deste ano. No local, serão cultivados uma gama de ervas, temperos e vegetais, como brotos de ervilha, brócolos, alho, cebolinha, salsa, coentro, manjericão, flores comestíveis, legumes em miniatura, mostarda, rabanete, além de uma variedade de tomates e cogumelos.

Espalhadas por três andares, as plantações devem render 2,5kg de alimentos por metro quadrado. “É o suficiente para o nosso público alvo”, afirma Dring.

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