You are here
Liz Truss é obrigada a recuar e demite ministro das Finanças
Liz Truss demitiu Kwasi Kwarteng, um importante aliado ideológico do Partido Conservador, após este regressar de uma cúpula do Fundo Monetário Internacional nos EUA. De acordo com a BBC, "é o segundo ministro das Finanças do Reino Unido com o mandato mais curto já registado".
A demissão é anunciada após uma vasta onda de contestação perante o mini-orçamento ultraliberal que incluía, entre outras medidas uma borla fiscal considerável, com o corte dos impostos aplicados aos mais ricos.
A primeira-ministra britânica, que já confirmou Jeremy Hunt, ex- ministro da Saúde e chefe da diplomacia do Reino Unido, como sucessor de Kwarteng, invocou o "interesse nacional" e a necessidade de estabilidade económica no Reino Unido para demitir o ministro das Finanças.
"A minha prioridade é garantir a estabilidade económica que o nosso país necessita. Foi por isso que tive de tomar as decisões difíceis que tomei hoje", explicou Truss em conferência de imprensa.
A chefe de Estado admitiu ter "imensa pena" de perder o "grande amigo" Kwarteng, que partilha a sua "visão de colocar" o Reino Unido "no caminho do crescimento".
As primeiras páginas da imprensa britânica deste domingo refletem o agudizar da crise política e o descontentamento nas bancadas do partido do Governo. De acordo com o Financial Times, Liz Truss deixará cair algumas das medidas "numa tentativa desesperada de reconstruir a confiança dos mercados" e garantir a sua sobrevivência no cargo.
O The Times e o Daily Mail referem as conspirações dentro dos 'tories' para derrubar Truss se esta não conseguir controlar a instabilidade económica e financeira registada nas últimas semanas. O Daily Mail, um dos maiores apoiantes do partido conservador entre os jornais nacionais, publicou, inclusive, uma primeira página altamente crítica na sua edição de sábado, levantando a questão: “quanto mais ela (e nós) pode aguentar?”
O líder trabalhista Sir Keir Starmer apelou a eleições gerais, enfatizando que o governo “está no fim do caminho”.
O The Guardian refere que uma sondagem da Savanta/ComRes revela que sete em cada 10 eleitores dizem que Truss não pode reconquistar a sua confiança e que a maioria apoiou a demissão de Kwarteng. Outra sondagem aponta para o apoio a uma eleição geral, inclusive entre os eleitores conservadores.
Add new comment