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Livre e MAS convergem com Bloco em Loures

Candidatos do Movimento de Alternativa Socialista e do Partido Livre integram as listas do Bloco de Esquerda à Câmara, Assembleia Municipal e Juntas de Freguesia. É a primeira vez que Bloco, Livre e MAS convergem numa candidatura.
Fabian Figueiredo, candidato do Bloco de Esquerda à Câmara Municipal de Loures. Foto de Vasco Inglez.

O Bloco de Esquerda Loures informa em comunicado que “chegou a entendimento com o Partido Livre e com o Movimento de Alternativa Socialista (MAS) para a apresentação de uma candidatura convergente no concelho de Loures”.

A “convergência far-se-á sob a sigla do Bloco de Esquerda”, lê-se no documento, onde é assinalado que “o MAS estará representado nas listas do Bloco à Assembleia de Freguesia de Santo António dos Cavaleiros e Frielas e à Assembleia Municipal de Loures” e que “o Livre estará presente nas listas do Bloco à Assembleia de Freguesia de Moscavide e Portela e à Câmara Municipal de Loures”.

“Ainda segundo este acordo de convergência, o Bloco de Esquerda acolhe o apoio do Partido Livre e do MAS às suas candidaturas”, sublinham os bloquistas.

O candidato do Bloco de Esquerda à Câmara Municipal de Loures é Fabian Figueiredo, sociólogo, e o candidato à Assembleia Municipal é Carlos Gonçalves, oficial de justiça. Amélia Vitorino, atual campeã nacional dos 1500 metros em pista coberta, é a mandatária da campanha do Bloco em Loures.

“A esquerda que se leva a sério percebe a necessidade de dar um sinal claro ao país”

Em declarações ao jornal i, o candidato bloquista à Câmara Municipal de Loures, Fabian Figueiredo, referiu que “a esquerda que se leva a sério percebe a necessidade de dar um sinal claro ao país, porque as eleições autárquicas em Loures ganharam uma dimensão nacional”.

“Esse sinal passa por unir esforços para derrotar de forma taxativa uma candidatura autoritária e agressiva”, frisou o dirigente do Bloco, avançando que “houve disponibilidade entre as partes para afastar eventuais divergências” e para se concentrarem nas convergências.

Segundo destacou ainda o candidato em declarações ao Diário de Notícias, a aliança decorre de uma leitura comum dos três partidos.

Em causa está uma "posição crítica" relativamente aos 12 anos de governação de Carlos Teixeira e do PS, bem como a "estranha" coligação entre CDU e PSD, que esteve à frente da autarquia nos últimos quatro anos, e que impõe que se abra "espaço para tornar possível uma governação de esquerda" em Loures. Para Fabian Figueiredo, essa necessidade é ainda mais premente quando o PSD decide avançar com uma candidatura, encabeçada por André Ventura, que "está mais próxima da extrema-direita que do centro-direita".

Segundo o dirigente bloquista, é chegada a altura de fazer vencer uma forma de governo dialogante à esquerda, pelo que o Bloco disponibiliza-se “para todas as convergências à esquerda que excluam a direita”.

“É um concelho que trouxe ao de cima a xenofobia e o racismo”

“É um concelho que trouxe ao de cima a xenofobia e o racismo. Quando o Bloco nos contactou, neste caso foi o Bloco que nos contactou, achamos que devíamos dar força à candidatura do Bloco, porque é uma candidatura que se distingue das outras”, explicou Pedro Mendonça, do Partido Livre, ao i.

Pedro Mendonça reconhece que as declarações do candidato do PSD, André Ventura, “pode ter facilitado o encontro dos partidos”: “Qualquer cidadão com princípios democráticos fica chocado com uma candidatura destas e fica chocado com o facto de o PSD apoiar um candidato que faz afirmações graves e perigosas para a sociedade que todos desejamos”, afirmou.

Questionado pelo Diário de Notícias (DN) sobre as razões que levaram a este acordo, o dirigente do Livre salientou que o diálogo à esquerda é um dos pilares do discurso da força política que integra, desde a sua formação: "Não precisamos estar 100% de acordo, mas de encontrar pontos de diálogo e de consenso", vincou, adiantando que este entendimento é tanto mais importante num concelho que despertou para a "realidade do populismo, do racismo e da xenofobia".

Também Tiago Castelhano, do MAS, assumiu ao i que a candidatura de André Ventura teve “um peso importante”.

“Existe uma vontade de convergir na sequência das declarações de André Ventura. Um discurso próximo do Trump, um discurso racista e xenófobo”, enfatizou, apontando ainda que a candidatura bloquista em Loures “combate a direita e não tem acordos com o PS”.

Ao DN, Tiago Castelhano reforçou que esta coligação resulta da vontade de "reforçar polos à esquerda que não estejam ligados ao PS e à direita", neste caso concreto, "para que não se use a direita para governar Loures".

E para dar força a uma "candidatura que está a combater o discurso xenófobo do candidato do PSD", acrescentou.

Listas em todas as freguesias e 60% de independentes

As listas que integram elementos dos três partidos, e também independentes, serão entregues na próxima quinta-feira de manhã no Tribunal Constitucional.

Esta é a primeira vez que o Bloco de Esquerda concorre a todas as 10 freguesias do concelho de Loures. Dos 10 cabeças de lista às Assembleias de Freguesia, dois são independentes, nomeadamente Isabel Figueiredo, solicitadora, candidata à União das Freguesias de Camarate, Unhos e Apelação e Pedro Peres, dirigente sindical e funcionário do Metro de Lisboa, candidato a Lousa.

Ao todo, o Bloco de Esquerda apresenta 170 candidatos dos quais 93 são homens e 77 mulheres. De salientar ainda que 60 por cento dos candidatos são independentes. A média de idades é de 47 anos, sendo que o candidato mais novo tem 18 e o mais velho 90.

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