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Lisboa: Bloco exige retirada da queixa-crime contra mãe que ocupou casa em 2018

O caso remonta ao ano 2018, quando Mariama Djaló, mãe solteira e com dois filhos menores, ocupou uma habitação municipal devoluta na zona J, em Chelas, no concelho de Lisboa. Mariama viveu nesta casa desde setembro de 2018 até fevereiro de 2019 e está a ser acusada do crime de usurpação de coisa imóvel, procedimento criminal que depende de queixa e é punido com uma pena de prisão até dois anos ou com uma multa até 240 dias, segundo noticiou a Sábado.
A queixa-crime foi feita pela empresa Gebalis - Gestão do Arrendamento da Habitação Municipal de Lisboa - e o Bloco já condenou esta atitude com “repúdio total”, defendendo que “a mera possibilidade de condenar uma mãe por ter tentado garantir um teto para os seus filhos é uma violência administrativa que não pode ser normalizada”.
No comunicado, o Bloco Lisboa exige “que esta queixa-crime apresentada pela empresa municipal seja imediatamente retirada. O deputado municipal do Bloco, Ricardo Moreira, disse que “a enorme desumanidade de criminalizar uma mãe com dois filhos tem de ser imediatamente travada”.
Mariama Djaló vive sozinha com os dois filhos. Candidatou-se a uma casa da @CamaraLisboa mas a demora era tanta que ocupou uma. Mariama sabia que não o devia ter feito, mas a Câmara demorava e a casa estava vazia. https://t.co/ZW1z2VxBK5
— Ricardo Moreira (@ricardosmoreira) November 3, 2020
O Bloco refere que apesar da Gebalis ter “dezenas de milhares de inquilinos” de habitação municipal, “muitas casas municipais estão vazias” e acrescenta que “são recorrentemente ocupadas por mulheres em situação de fragilidade social extrema.”
Em declarações à Lusa, a Câmara Municipal de Lisboa explicou que “sempre que há uma fiscalização e/ou desocupação de fogos municipais por parte da Gebalis, entidade gestora do património, são respeitados os diversos passos exigidos pelo enquadramento vigente, no cumprimento da lei e dos regulamentos municipais”.
Questionada ainda se vai ou não retirar a queixa contra Mariama Djaló, a autarquia afirmou que a Gebalis está “vinculada ao princípio da legalidade”.
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