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Lara Crespo: 1971 - 2019

Lara Crespo era ativista pioneira pelos direitos das pessoas trans em Portugal. Foi co-fundadora do Grupo Transexual Portugal e organizadora da Marcha do Orgulho LGBTI de Lisboa.
Lara Crespo: 1973 - 2019
Foto: Facebook.

Faleceu no passado dia 9 de setembro Lara Crespo, ativista pelos direitos das pessoas trans em Portugal. Lara fora co-fundadora, em conjunto com Eduarda Alice Santos, do Grupo Transexual Portugal, um coletivo pelos direitos das pessoas trans e contra a patologização da transexualidade. 

Com um longo percurso no ativismo, Lara Crespo esteve presente nos momentos marcantes da história do movimento trans em Portugal. 

Numa audição parlamentar organizada pelo Bloco de Esquerda por ocasião do segundo aniversário do assassinato transfóbico de Gisberta Salce Júnior, Lara Crespo defendeu a necessidade de se promover uma educação cívica “para respeitar a diferença, para respeitar a identidade de género de cada um” e a promoção da educação sexual nas escolas “em que se fale em identidade de género, em que se fale em transexualidade (…) que as pessoas percebam que é uma realidade, que ela existe”. 

 

Lara salientou sempre a intersecção entre a transfobia e o machismo que torna as mulheres trans num grupo particularmente vulnerável e discriminado. "Somos (mulheres trans) disciminadas diariamente e continuamente. Há anos que lutamos por direitos que sempre deveríamos ter tido, mas que só os conseguimos depois de muita luta, e muito caminho há ainda pela frente", escreveu num texto publicado n'A Comuna a propósito do Dia Internacional da Mulher. 

Num comentário no Facebook, Sérgio Vitorino, ativista LGBTI e membro do coletivo contra a LesBiGayTransfobia Panteras Rosa, caracteriza Lara como sendo uma pessoa “com uma generosidade ímpar, fazendo força da sua imensa fragilidade, a Lara lutou anos a fio - uma das primeiras - pelos direitos das pessoas trans e de todxs, por uma sociedade mais justa, pela felicidade de desconhecidxs, para que as gerações seguintes não tenham de viver um terço das violências que ela - como tantas outrxs - sofreu”. 

Também o deputado José Soeiro, responsável pela primeira audição parlamentar sobre assuntos trans, comentou o falecimento de Lara Crespo, lembrando que “a morte da Lara soma-se ao revoltante número de pessoas trans que todos os anos são assassinadas ou decidem pôr termo à sua vida.”

 

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