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Lamas tóxicas nas Minas da Panasqueira preocupam autoridades

A escombreira com lamas tóxicas em Cabeço do Pião, decorrente da exploração das minas da Panasqueira, não está em risco iminente de derrocada, afirmou o ministro do ambiente em resposta a um requerimento do Bloco de Esquerda sobre o assunto.
João Pedro Matos Fernandes, convocado esta terça-feira pelo Bloco para a comissão parlamentar de Ambiente, reconheceu que o se viu recentemente na SIC "é assustador". Em fevereiro, o canal emitiu um reportagem sobre elevados teores de arsénio numa barragem de lamas em Cabeço do Pião, concelho do Fundão, citando um estudo da Universidade do Porto. Um risco ambiental a 50 quilómetros da nascente do rio Zêzere, no local onde durante décadas esteve instalada a exploração das Minas da Panasqueira, tendo o terreno passado depois para responsabilidade municipal.
Segundo o ministro, o seu ministério "solicitou de imediato uma inspeção ao LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil)", mas este "não identifica como iminente uma derrocada", se bem que também "não diz que o maciço está estável".
Questionado a 12 de junho na mesma comissão sobre o assunto, o presidente da câmara do Fundão, Paulo Fernandes (PSD) referira que o município supervisiona a situação há 20 anos com a assistência da Universidade do Porto e do Instituto Superior Técnico, e que a escombreira onde se detetou arsénio "tem os seus problemas geotérmicos principais controlados" — mas lamentou a ausência de um plano de requalificação ambiental para as minas abandonadas na Panasqueira.
Na audição desta semana, o ministro Matos Fernandes referiu que é a câmara do Fundão e a empresa mineira Beralt Tin and Wolfram que têm de resolver o problema das lamas tóxicas. Para isso, afirmou, é necessário "definir a prospeção geotécnica", um "programa de observação" e elaborar "um plano de emergência, rapidamente". Aos deputados da comissão, assegurou que o Estado vai procurar "responsabilizar quem ali colocou os resíduos" e assistir a câmara no trabalho de evitar "o risco de derrocada" e a "realização de uma bacia capaz”, de forma a garantir que "não existe nenhum acidente de forma imediata".
As minas da Panasqueira laboram quase sem interrupção há 120 anos na extração de volfrâmio e cobre, tendo um forte legado na economia e história da Beira Interior.
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