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Kofi Annan (1938-2018)

Morreu este sábado o antigo secretário-geral das Nações Unidas. Kofi Annan foi o primeiro negro a ocupar o cargo e teve um papel central no processo de independência de Timor-Leste.
Kofi Annan em 2013. Foto ITU/Rowan Farrell - Flickr

"Kofi Annan era, de muitas formas, as Nações Unidas", afirmou António Guterres, que hoje ocupa o cargo que Kofi Annan desempenhou entre 1997 e 2006. “Nestes tempos exigentes e turbulentos, o seu legado enquanto defensor global da paz continuará a ser uma verdadeira inspiração para todos nós”, escreveu Guterres na rede social Twitter.

Para o antigo presidente da República Jorge Sampaio, Annan era um “amigo” que chegou a condecorar com o grande colar da Ordem da Liberdade, em outubro de 2005. “São raras as pessoas que dificilmente imaginamos que possam um dia desaparecer, mas Kofi Annan era seguramente uma delas. A sua estatura intelectual e força moral, o seu dinamismo, a solidez da sua presença e convicções sempre se sobrepuseram ao sentido da vida efémera e à mortalidade própria dos humanos”, afirma Jorge Sampaio, num comunicado.

Para além do papel de Annan no processo que levou à independência de Timor-Leste, Sampaio destacou outros momentos em que pôde trabalhar com o antigo secretário-geral da ONU, a propósito da luta contra o VIH-SIDA ou da agenda dos Objetivos do Desenvolvimento Milénio.

Nascido no Gana em 1938, Annan estudou Economia e Relações Internacionais. A carreira diplomática levou-o à direção de Orçamento da Organização Mundial de Saúde em 1962 e nos anos 1980 regressou às Nações Unidas para ocupar vários cargos. Ele era o responsável pelas Operações de Manutenção de Paz quando se deu o genocídio do Ruanda, em 1993 e foi o primeiro funcionário da ONU a chegae a secretário-geral da organização.

Enquanto secretário-geral da ONU, foi galardoado com o Prémio Nobel da Paz em 2001. Após deixar o cargo, permaneceu ativo politicamente, com a sua fundação e na direção da organização The Elders, criada por Nelson Mandela e que junta antigos estadistas. Annan tornou-se também uma voz a favor do fim do regime proibicionista na  política global para as drogas, integrando — juntamente com Jorge Sampaio e outros antigos chefes de Estado e de governo de todo o mundo — a Comissão Global para a Política de Drogas.

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