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Kellogg’s: Trabalhadores em greve há dois meses rejeitam proposta da empresa

A administração diz que vai contratar trabalhadores permanentes para substituir os grevistas que protestam contra a implementação de um sistema “de duas camadas” para discriminar os trabalhadores recentemente contratados.
Trabalhadores da Kellogg em greve. Foto do Departamento do Trabalho dos EUA/Flickr.
Trabalhadores da Kellogg em greve. Foto do Departamento do Trabalho dos EUA/Flickr.

Desde 5 de outubro que 1.400 trabalhadores da marca de cereais Kellogg’s nos Estados Unidos estão em greve. A proposta de um novo contrato de cinco anos apresentada pela empresa foi rejeitada por maioria em votação ocorrida esta terça-feira.

A empresa tem contratado trabalhadores temporários para os substituir nas fábricas de Battle Creek no Michigan, de Omaha no Nebraska, de Lancaster na Pensilvânia e de Memphis no Tennessee e agora anunciou que vai proceder a contratações permanentes para estes postos de trabalho para “assegurar a continuidade do negócio”. Critica as “expetativas irrealistas” dos trabalhadores que diz terem sido criadas pelo sindicato Bakery, Confectionery, Tobacco Workers and Grain Millers International Union. As suas seis propostas foram rejeitadas.

Os trabalhadores rejeitam o chamado “sistema de duas camadas” que implica que existem dois tipos de trabalhadores: aqueles que ganham mais e têm mais direitos e os restantes. A empresa implementou em 2015 uma modalidade de funcionamento em que os trabalhadores mais recentes são discriminados e agora quer tornar o sistema permanente. Depois de várias rejeições, a empresa passou a propor que os novos trabalhadores, chamados “transitórios”, possam alcançar o nível seguinte.

À Reuters, Kevin Bradshaw, vice-presidente da união de sindicatos de Memphis, garante que os trabalhadores “vão durar mais um dia do que eles” e duvida que a empresa seja capaz de contratar 1.400 nas condições atuais do “mercado de trabalho” norte-americano.

No início da greve explicava à Forbes a razão do conflito, explicando que a empresa pretende “reduzir o pagamento por hora, cortar benefícios, pensão, reforma e seguro de saúde que são essenciais para os trabalhadores” para os novos contratados. Propostas consideradas “ridículas” e que colocariam até o sindicato em causa: “porque é que as pessoas iriam querer pertencer a um sindicato que as vendeu” e que lhes diz para trabalharem por menos 13 dólares por hora do que os outros, questiona. “Apenas queremos ser capazes de proteger o futuro de quem trabalha”, concluiu.

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