You are here

Justiça belga suspende ordem de extradição de Puigdemont e Comín

O antigo chefe do governo catalão anunciou que a justiça belga suspendeu o pedido espanhol de extradição por considerar que ambos têm imunidade enquanto eurodeputados.
Toni Comin e Carles Puigdemont
Toni Comin e Carles Puigdemont à porta do Parlamento Europeu no dia 20 de dezembro, após terem obtido a acreditação provisória de eurodeputados. Foto Stephanie Lecocq/EPA

Trata-se da mais recente derrota da justiça espanhola no caso da perseguição aos líderes políticos exilados na sequência do referendo de outubro de 2017. Carles Puigdemont anunciou no Twitter que a justiça da Bélgica decidiu suspender a ordem de extradição solicitada pelo Tribunal Supremo espanhol contra si e Toni Comín.

Ambos os ex-governantes catalães exilados em solo belga foram eleitos eurodeputados nas listas do Junts per Catalunya e viram o seu mandato reconhecido há poucas semanas na sequência de um acórdão do Tribunal de Justiça da União Europeia. O acórdão referia-se ao caso específico de Oriol Junqueras, também ele eleito à frente da lista da Esquerda Republicana para o Parlamento Europeu, mas impedido de tomar posse pela justiça espanhola. No caso de Junqueras, a justiça europeia reconhece que ele tinha imunidade após a eleição em maio, quando ainda decorria o julgamento que o veio a condenar em outubro a 13 anos de prisão pelos crimes de sedição e uso irregular de fundos públicos.

“Espanha deve agir da mesma forma que fez a Bélgica e respeitar a lei”, afirmou Puigdemont esta quinta-feira, informando também que lhe foram levantadas todas as medidas de coação a que estava sujeito naquele país. O politico catalão recorda que esta “foi a terceira tentativa da justiça espanhola” para o tentar extraditar e que esse processo fica agora parado à espera que o Parlamento Europeu se decida pelo levantamento ou não da imunidade aos eurodeputados acusados no processo contra os independentistas.

Puigdemont e Comín pretendem estar presentes no próximo plenário do Parlamento Europeu em Estrasburgo, marcado para o dia 13 de dezembro. Para isso terão ainda de cumprir os trâmites legais aplicados a todos os eurodeputados sobre impedimentos e incompatibilidades. Terão por isso de renunciar nos próximos dias aos seus mandatos no parlamento catalão, que nunca chegaram a ocupar por estarem impedidos de regressar sem arriscarem a prisão imediata numa cadeia espanhola. 

Termos relacionados Catalunha, Internacional
(...)