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Joseph Stiglitz demite-se do comité de investigação dos Panama Papers

O afastamento do Prémio Nobel da Economia deve-se à falta de transparência do governo do Panamá, que recusou assegurar a divulgação das conclusões da investigação do comité.

A par de Joseph Stiglitz, também o especialista em direito penal suíço Mark Pieth se demitiu do comité de investigação dos Panama Papers que foi criado a 30 de abril pelo governo de Juan Carlos Varela.

Ambas as demissões foram anunciadas na sexta-feira pelo governo do Panamá, num comunicado em que afirma “compreender ambas as renúncias como diferenças internas sobre as quais não vai entrar em pormenores”.

Também na sexta-feira a televisão local TVN divulgou uma carta de outro membro do comité, o economista costa-riquenho Roberto Artavia, que esclarece que Joseph Stiglitz se terá demitido em protesto pela falta de transparência do governo, que recusou comprometer-se a divulgar as conclusões da investigação do comité.

Já o ex-administrador do Canal do Panamá Alberto Alemán, que também integra o comité, escreveu no Twitter que Stigltiz e Pieth acabaram por renunciar “por quererem criar um caso mundial à volta dos PanamaPapers”.

“Não foi isso que nos foi pedido, atuamos de forma independente e transparente”, frisou Alemán.

Os estatutos do comité assinalam que o governo do Panamá tem autoridade exclusiva sobre o conteúdo dos trabalhos e que os membros do comité se comprometem a não divulgar os resultados.

Em abril de 2016, um vasto conjunto de informações divulgado pelo jornal alemão Suddeutsche Zeitung e partilhado pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (CIJI), revelou o enriquecimento ilícito em paraísos fiscais de antigos e atuais líderes políticos, empresários e ainda de figuras ligadas ao desporto e ao cinema.

Lei mais sobre o Panama Papers aqui.

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