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Jornalistas proibidos de entrar em Macau para cobrir estragos do tufão Hato

Associação de jornalistas de Hong Kong lamenta a interdição das autoridades de Macau, que desvalorizaram a proibição de entrada de jornalistas no território.
O furação Hato atingiu a cidade de Macau destruindo bens materiais. Foto de António Mil-Homens Agência Lusa.
O furação Hato atingiu a cidade de Macau destruindo bens materiais. Foto de António Mil-Homens Agência Lusa.

Wong Sio Chak, secretário de Segurança de Macau, afirmou em conferência de imprensa que a decisão de interdição dos jornalistas é normal em caso de necessidade. O responsável respondeu às questões dos jornalistas, após fazer um balanço dos trabalhos de limpeza do tufão Hato, o pior nos últimos 50 anos a passar por Macau. O tufão deixou um rasto de destruição, tendo provocado dez mortos e mais de duas centenas de feridos.

"Não podemos aqui revelar a razão porque não tiveram autorização de segurança, é igual em todo o mundo, não é único de Macau", afirmou Wong Sio Chak.

Para o responsável de segurança macaense, a recusa da entrada de pessoas não é decidida em razão de "comentários ou críticas" que as autoridades "não gostam". Esclareceu ainda que, no sábado, quando as pessoas foram impedidas de entrar no território, desconhecia que eram jornalistas.

A "aplicação da lei é feita de forma rigorosa", disse o responsável, sublinhando que as autoridades "não estão a atacar, nem estão concentradas numa só profissão".

De acordo com o site do diário South China Morning Post (SCMP), quatro jornalistas de Hong Kong (um fotógrafo do SCMP, dois repórteres do Apple Daily e outro do portal HK01), que pretendiam fazer a cobertura da situação após a passagem do tufão Hato, foram impedidos de entrar em Macau.

As autoridades justificaram a proibição de entrada aos jornalistas por representarem uma ameaça à segurança interna, indicou o jornal.

A Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau (AIPIM) lamentou “profundamente” a decisão das autoridades locais em recusar entrada a quatro jornalistas de Hong Kong, considerando que a cobertura da tempestade Hato “prejudica a imagem” da cidade.

Em comunicado, a AIPIM “considera incompreensíveis e insatisfatórias as justificações dadas pelas autoridades locais para a decisão e alerta que esta atitude, tal como outras semelhantes no passado, prejudicam a imagem internacional da RAEM [Região Administrativa Especial de Macau] no que toca ao respeito pela liberdade de imprensa”.

Noutro comunicado conjunto, a Associação de Jornalistas e a Associação de Fotojornalistas de Hong Kong lamentaram o incidente e instaram Macau a respeitar a liberdade de imprensa.

Os Serviços de Migração de Macau indicaram no seu site que os jornalistas “representam um risco para a estabilidade da segurança interna” da Região Administrativa Especial de Macau.

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