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“Jornalistas não são caixas de ressonância”
Os jornalistas reunidos em Congresso no mês passado em Lisboa discutiram a resposta a dar às conferências de imprensa sem direito a perguntas. Uma das propostas aprovadas no plenário apelava ao boicote a estas ações de comunicação que não permitem aos profissionais da informação questionarem os protagonistas das notícias.
Esta semana, o Jornal de Barcelos foi contactado para uma conferência de imprensa do PS local, que apresentaria os seus coordenadores autárquicos concelhios. A surpresa veio quando após as duas intervenções iniciais os jornalistas foram informados de que não poderiam fazer perguntas.
Em reação ao sucedido, o Jornal de Barcelos publicou uma página quase toda em branco, com uma nota da direção a explicar o motivo. Diz a nota que “os jornalistas não foram informados previamente de que não hes seria permitido questionar ou pedir esclarecimentos”.
Muito bem o Jornal de Barcelos. pic.twitter.com/26VxLSOf2o
— Tiago Dias (@TiagoDF) 1 de fevereiro de 2017
“Porque o jornalismo se faz através da confrontação de factos e realidades e do exercício do contraditório, porque os jornalistas não são meros receptáculos ou caixas de ressonância”, o Jornal de Barcelos resolveu nada publicar sobre a conferência de imprensa, “estando ciente de que os seus leitores poderão estranhar esta atitude inédita, mas não deixarão de a respeitar”.
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