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João Teixeira Lopes: O PS desertou da cidade do Porto, submetendo-se ao projeto de Rui Moreira

Na noite desta quinta-feira, a TVI promoveu um debate entre os principais candidatos e candidatas à autarquia do Porto: João Teixeira Lopes (Bloco de Esquerda), Manuel Pizarro (PS), Ilda Figueiredo (CDU) e Álvaro Almeida (PSD). Rui Moreira foi o grande ausente da noite, recusando o convite da TVI, para assistir, à mesma hora, ao jogo da seleção no Estádio do Bessa.
O candidato bloquista defendeu que “é preciso reverter imediatamente o aumento das rendas nos bairros sociais, decididas por Rui Moreira e Manuel Pizarro contra aquilo que está estipulado na lei aprovada na Assembleia da República por Bloco, PS e CDU”. João Teixeira Lopes apresentou ainda a proposta para a criação de uma “rede municipal de cuidadores para os idosos, que estão isolados e impossibilitados de ter uma vida ativa”.
Rui Moreira e Manuel Pizarro transformaram a cidade numa banca de negócios
No tema da habitação, Teixeira Lopes lembrou a necessidade de combater a especulação imobiliária que desprotege as pessoas e que foi alimentada nos últimos quatro anos pela venda de património a empresas imobiliárias e do setor turístico. O candidato do Bloco fez referência aos “40 milhões de euros” perdidos pela cidade nos últimos quatro anos pela não aplicação da taxa turística, que, a seu ver, “deveriam ser canalizados para a construção de habitações com rendas acessíveis” garantindo o direito a quem quer habitar no Porto, cidade que apenas nos últimos dois anos perdeu 5 mil habitantes.
João Teixeira Lopes defendeu a necessidade de “distinguir o verdadeiro Alojamento Local daquilo que é o turismo urbano, impulsionado pelos grandes proprietários imobiliários”, regulando e taxando esta atividade que, atualmente, se serve de prédios de habitação para promover alojamento para turistas sem pedir licenças ou pagar os impostos devidos. O papel da Câmara é regular, “assim como incentivar, reabilitando o seu património devoluto”.
Alianças à direita garantiram o silêncio no Caso Selminho
Questionado sobre as alianças pós-eleitorais, João Teixeira Lopes lembrou que a submissão do PS levou, inclusive, ao silêncio de Manuel Pizarro no caso Selminho: “Manuel Pizarro não disse uma única palavra sobre o caso Selminho. Esteve silencioso” num caso que “representa uma afronta aos interesses da cidade”.
Sobre a disponibilidade de Manuel Pizarro para um novo entendimento com Rui Moreira, agora “com outros termos”, João Teixeira Lopes mostrou-se pouco surpreendido, lembrando as ocasiões em que Pizarro garantiu uma maioria na Câmara para “travar o processo de integração dos precários” e para “aumentar as rendas sociais”. Medidas aprovadas a nível nacional que foram rejeitadas no Porto por esta aliança que deve ser travada para os próximos quatro anos.
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