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Joana Mortágua:“Subida de rendimentos tem que ser reforçada e acelerada”

A deputada do Bloco de Esquerda realça que descida do desemprego e subida da taxa de criação de emprego são a prova que o aumento dos rendimentos teve efeitos positivos na economia e aponta que é necessário acabar com leis da troika para aumentar emprego jovem.
Joana Mortágua:“Subida de rendimentos tem que ser reforçada e acelerada”. Fotografia de António Pedro Santos Agência Lusa.

A taxa de desemprego do segundo trimestre de 2017 desceu para o valor de 8,8%, segundo os dados divulgados esta quarta-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Uma descida de 1,3 pontos percentuais (p.p.) em relação ao do trimestre anterior e em 2 p.p. em relação ao trimestre homólogo do ano passado.

A população empregada, estimada em 4.760,4 mil pessoas, verificou também um acréscimo trimestral de 2,2% (mais102,3 mil empregos). Em relação à taxa de empregabilidade verificou-se uma subida de 3,4% (mais 157,9 mil) com novos empregos criados, o valor mais alto desde o 4.º trimestre de 2013.

Para a deputada do Bloco de Esquerda Joana Mortágua “estamos a assistir a uma descida do desemprego, que está a tornar-se consistente, que se vem repetindo ao longo dos últimos meses, a que corresponde também um aumento da população empregada, o que é importante para a economia do país”.

A deputada bloquista considera que estes números do INE vêm confirmar que a subida do salário mínimo nacional e a recuperação de rendimentos “não trouxeram nenhum desastre ao país, pelo contrário, têm tido efeitos muito positivos e nós achamos que esses estímulos positivos à economia têm que ser reforçados e têm que ser acelerados”.

A deputada destaca, no entanto, que os números do desemprego jovem, que são de 22,7%, continuam a ser “considerável”. Joana Mortágua referiu que é ainda muito alto o número “de jovens que não estudam nem trabalham e temos ainda uma posição muito destacada a nível europeu”.

Segundo o INE, no último trimestre deste ano, os jovens dos 15 aos 34 anos, 10,8%, não estavam empregados, nem em educação ou formação, o que representa uma diminuição de um ponto percentual face ao trimestre anterior e de 1,9 face ao homólogo.

Apesar da taxa de desemprego jovem ter descido 2,4 pontos percentuais, em relação ao período homólogo, os níveis de trabalho temporário e precariedade entre a população até aos 34 anos continuam a ser alarmantes.

Para Joana Mortágua é essencial “retirar as normas das leis laborais que foram introduzidas a mando da troika pelo Governo PSD/CDS”. Para a deputada a lei laboral em vigor veio “reforçar muito a precariedade no trabalho e a instabilidade dos vínculos laborais”.

“Todas as grandes empresas do país aproveitaram as leis da troika e aproveitaram algumas margens da lei para fazer este processo, para fazer esta substituição de trabalhadores com direitos por trabalhadores sem direitos”, referiu ainda a deputada dando o exemplo do que está a acontecer com a PT, que sob a gestão da Altice está a despedir pessoas com vínculo estável em troca de empregos temporários e sem direitos.

Joana Mortágua considera essencial travar o que as grandes empresas estão a fazer, pois a excessiva instabilidade, precariedade e rotatividade laboral “criam um problema para quem trabalha, para os direitos de quem trabalha", pois não permitem estabilizar a vida. As pessoas "não conseguem até tomar um conjunto de decisões para a sua vida que são boas para a economia”, reforçou.

“Temos que garantir que um jovem quando chega ao mercado de trabalho, que chegue a um mercado de trabalho com direitos, com vínculo estável e isso certamente contribuirá para um aumento do emprego”, concluiu a deputada Joana Mortágua.

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