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Israel prepara-se para ocupar Gaza

Em entrevista à rádio Janoob FM na passada terça-feira, Ayelet Shaked, Ministra da Justiça de Israel, afirmou que é altura de ocupar a Faixa de Gaza.
Fotografia: Twitter/@qudsn
Fotografia: Twitter/@qudsn

Após terem sido lançados morteiros do lado da Faixa de Gaza para os settlements israelitas, em resposta aos recentes crimes cometidos contra os palestinianos, Shaked afirmou: “É altura para nos prepararmos para ocupar a Faixa de Gaza como parte dos esforços para destruir a autoridade do Hamas.”

Comentando um morteiro que caiu perto de um infantário vazio na semana passada, afirmou: “Teria havido um grande desastre que poderia ter-nos levado à guerra.”

“A resposta tem de ser muito severa, como se sangue tivesse sido derramado aqui... Todas as opções são possíveis, incluindo a ocupação da Faixa de Gaza.”, disse a ministra.

“Quando falamos de determinação, significa a destruição da autoridade do Hamas em todo o sentido”, acrescentou, manifestando o desejo de invadir a Faixa de Gaza: “Também significa ocupar a Faixa de Gaza, e isto é uma alternativa possível. A verdade não pode ser escondida.”

Zeev Klein, Ministro da Proteção Ambiental, afirmou que “Alguém em Gaza está a testar-nos e acho que o ministro da Defesa [Avigdor Lieberman] e o IDF devem decidir por uma resposta muito dura. Precisamos de responder de forma muito dolorosa”.

Israel, licença para matar

Ana Bárbara Pedrosa

Como parte dos esforços diplomáticos públicos de Israel, a vice-ministra das Relações Exteriores, Tzipi Hotovely, reuniu-se com o Ministro do Estado Britânico para o Médio Oriente, Alistair Burt, para discutir mudanças necessárias no acordo nuclear iraniano após a retirada dos EUA e os laços entre os dois países após a saída da Grã-Bretanha da União Europeia.

“Esperamos que a comunidade internacional entenda o direito que Israel tem de se defender, numa realidade em que as comunidades israelitas estão localizadas a dois quilómetros da fronteira”. Recorde-se que os habitantes de Gaza estão presos na Faixa, que tem entre 41 quilómetros de comprimento por 6 a 12 de largura. Ali vivem dois milhões com água racionada. A pequena parcela de terra está cercada por um muro e soldados, que controlam o que entra e sai. Nestas condições, o desemprego está nos 70%. 

Estas reacções surgem no seguimento de uma intensificação de violência sobre os palestinianos. Recentemente, no âmbito dos protestos da Marcha do Retorno, por parte dos palestinianos, que aconteceram em torno do 70º aniversário do Estado de Israel, Israel lançou vários ataques aéreos, o Supremo Tribunal de Israel deu luz verde ao seguimento do massacre e, num só dia, precisamente no que marcou o aniversário de Israel, as forças israelitas mataram cerca de 50 palestinianos e feriram 2200. A ONU já considerou a violência de Israel "totalmente desproporcionada" e Netanyahu veio considerar que a repressão em Gaza só funciona se for letal.

Como se vê pelas declarações recentes de governantes israelitas, apesar de alguma atenção internacional sobre o Médio Oriente, Israel não parece tencionar descolonizar a Palestina. Antes pelo contrário, como fica claro com as declarações de Shaked, pretende adensar a opressão.

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