You are here
Investir na produção de sementes e plantas autóctones para recuperar áreas ardidas
A proposta bloquista tem como objeto a requalificação e reforço dos viveiros do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), garantindo uma rede de viveiros públicos com cobertura nacional para multiplicação de espécies florestais autóctones certificadas. Desta forma, pretende-se garantir a rearborização de áreas ardidas ou de elevado risco de incêndio e a substituição de áreas ocupadas por eucaliptos e outras espécies invasoras ou com comportamentos invasores, promovendo desta forma a transformação da paisagem e a resiliência do território aos incêndios e às alterações climáticas.
No projeto de lei, as deputadas e do deputados do Bloco assinalam que, “após os grandes incêndios de 2017, onde arderam mais de meio milhão de hectares em território nacional, entre os quais, dezenas de milhares de hectares de propriedade e gestão pública, demonstrou-se a insuficiência dos viveiros do ICNF, que deveriam duplicar a sua capacidade produtiva apenas para responder às necessidades das matas nacionais ardidas”.
Defendendo a necessidade da promoção de políticas públicas para transformar a paisagem e recuperar áreas ardidas com maior incorporação de plantas autóctones, o Bloco avança que “importa garantir a disponibilidade de plantas e sementes certificadas em número e em qualidade, a preços acessíveis, para uma transformação que não levará menos de uma década a ocorrer, se bem planeada e executada”.
Perante a fraca capacidade produtiva do ICNF, bem como a fraca capacidade para assegurar o necessário acompanhamento do trabalho dos viveiros privados e respetivas certificações, o Bloco de Esquerda considera que o Governo “deve garantir o necessário investimento público para impulsionar a capacidade de produção de sementes e plantas autóctones, garantindo desta forma o seu fácil acesso aos proprietários florestais que pretendam recuperar áreas ardidas ou rearborizar áreas que atualmente estejam ocupadas com eucaliptos e outras plantas invasoras ou com comportamentos invasores”.
Na proposta entregue na Assembleia da República, é previsto que todos os apoios públicos destinados à diversificação florestal e à transformação da paisagem devem estar condicionados ao uso de sementes e plantas autóctones certificadas e produzidas pelos viveiros do ICNF, sempre que o ICNF tenha capacidade de fornecimento em tempo útil.
Esta segunda-feira, o deputado bloquista eleito por Leiria, Ricardo Vicente, irá visitar as áreas ardidas pelos incêndios de Pedrógão em 2017.
Attachment | Size |
---|---|
pjl_viveiros_florestais_.pdf | 67.43 KB |
Comments
"Investir na produção de sementes e plantas autóctones..."
E porque é que os viveiros têm de ser públicos? Os viveiros não podem ser privados?
Será que os viveiros privados se devem dedicar à produção de espécies exóticas? Ou será que devem fechar portas?
Se já existem muitos viveiros privados, não percebo porque é que se propõe que se reforce a rede de viveiros públicos. Mais uma vez pergunto: os viveiros privados devem dedicar-se a espécies exóticas ou será que devem fechar portas?
Se a ideia/objetivo é promover as espécies autóctones, e a não ser que se pense que uma espécie autóctone proveniente de um viveiro público tem mais valor do que se for proveniente de um viveiro privado, então o que se deve fazer é criar condições que promovam a utilização de espécies autóctones em detrimento das espécies exóticas, e isso pode ser feito de muitíssimas maneiras com os viveiros privados (aliás, muitíssimos deles já fazem isso).
É por esta cegueira ideológica que o BE não é levado a sério pela maioria dos portugueses... Ainda bem...
Add new comment