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Invasão da Ucrânia aumenta lucros de petrolíferas entre 100% e 600%
“Num cenário de volatilidade contínua nos mercados de energia, os nossos resultados mostram a continuidade da entrega disciplinada, com a dívida líquida a cair pelo nono trimestre consecutivo e uma recompra de ações de 3,5 mil milhões de dólares”, refere a petrolífera.
Mediante estes resultados, a BP anunciou que os dividendos dos acionistas vão ser reforçados em 10%, para 0,06 dólares por ação. A multinacional prevê ainda ter capacidade para um aumento anual no dividendo por ação de cerca de 4% até 2025.
“Os resultados de hoje mostram que a BP continua a funcionar enquanto se transforma. O nosso pessoal continuou a trabalhar duro ao longo do trimestre ajudando a resolver o trilema da energia – energia segura, acessível e com baixo teor de carbono. Fazemos isso fornecendo o petróleo e o gás de que o mundo precisa hoje – e, ao mesmo tempo, investindo para acelerar a transição energética”, referiu Bernard Looney, Diretor Executivo da BP, citado pelo Executive Digest.
Os lucros anunciados esta terça-feira pela BP, que correspondem ao melhor resultado trimestral em 14 anos e o segundo maior lucro trimestral da história da empresa, não destoam da tendência de crescimento registada por várias petrolíferas internacionais, entre as quais a Shell, ExxonMobil e a Chevron. Para estas multinacionais, a invasão da Ucrânia pela Rússia tem-se traduzido em lucros milionários crescentes nos últimos meses, devido ao aumento dos preços da energia. Ao mesmo tempo, famílias em todo o mundo são confrontadas com despesas cada vez maiores e mais incomportáveis.
Conforme avança o Expresso, os lucros das petrolíferas na primeira metade do ano aumentaram entre 100% e 600%, conforme os grupos de energia.
O jornal dá alguns exemplos. A Galp arrecadou um lucro de 420 milhões de euros no primeiro semestre, o equivalente a um aumento de 153%, face aos 166 milhões registados em igual período do ano passado.
No caso das espanholas Cepsa e Repsol, os lucros ascenderam a 463 milhões e 2539 milhões de euros no primeiro semestre de 2022, o que representa uma subida de 153% e 105,6%, respetivamente.
Já a petrolífera italiana ENI amealhou um lucro de 7398 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, registando um aumento de quase 600%, visto que, no mesmo período do ano passado o valor não ultrapassava os 1103 milhões.
No caso da francesa TotalEnergies, os ganhos triplicaram, ascendendo a 18.733 milhões de dólares.
A Shell também teve fortes motivos para festejar, fechando o segundo trimestre do ano com um lucro ajustado de 11,2 mil milhões de euros. Na quinta-feira passada, a Shell revelou que o seu lucro registou um aumento homólogo de 176,8% no primeiro semestre deste ano, para 24.603 milhões de euros.
As norte-americanas Chevron e Exxon Mobil seguem igualmente a tendência. Na semana passada, a Chevron anunciou que, no primeiro semestre, obteve um lucro de 17.533 milhões de euros, 301% mais do que no mesmo período de 2021. A Exxon, por sua vez, entre janeiro e junho, registou lucros de 22.877 milhões de euros, mais do triplo do que no mesmo período de 2021 e um novo recorde.
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