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Invasão da Ucrânia aumenta lucros de petrolíferas entre 100% e 600%

Esta terça-feira foi a vez da BP anunciar que, no segundo trimestre do ano, amealhou um lucro ajustado de 8,5 mil milhões de euros, mais do triplo registado em 2021. Empresa decide aumentar dividendos dos acionistas em 10%.
Foto de Jaggery, Creative Commons Licence.

“Num cenário de volatilidade contínua nos mercados de energia, os nossos resultados mostram a continuidade da entrega disciplinada, com a dívida líquida a cair pelo nono trimestre consecutivo e uma recompra de ações de 3,5 mil milhões de dólares”, refere a petrolífera.

Mediante estes resultados, a BP anunciou que os dividendos dos acionistas vão ser reforçados em 10%, para 0,06 dólares por ação. A multinacional prevê ainda ter capacidade para um aumento anual no dividendo por ação de cerca de 4% até 2025.

“Os resultados de hoje mostram que a BP continua a funcionar enquanto se transforma. O nosso pessoal continuou a trabalhar duro ao longo do trimestre ajudando a resolver o trilema da energia – energia segura, acessível e com baixo teor de carbono. Fazemos isso fornecendo o petróleo e o gás de que o mundo precisa hoje – e, ao mesmo tempo, investindo para acelerar a transição energética”, referiu Bernard Looney, Diretor Executivo da BP, citado pelo Executive Digest.

Os lucros anunciados esta terça-feira pela BP, que correspondem ao melhor resultado trimestral em 14 anos e o segundo maior lucro trimestral da história da empresa, não destoam da tendência de crescimento registada por várias petrolíferas internacionais, entre as quais a Shell, ExxonMobil e a Chevron. Para estas multinacionais, a invasão da Ucrânia pela Rússia tem-se traduzido em lucros milionários crescentes nos últimos meses, devido ao aumento dos preços da energia. Ao mesmo tempo, famílias em todo o mundo são confrontadas com despesas cada vez maiores e mais incomportáveis.

Conforme avança o Expresso, os lucros das petrolíferas na primeira metade do ano aumentaram entre 100% e 600%, conforme os grupos de energia.

O jornal dá alguns exemplos. A Galp arrecadou um lucro de 420 milhões de euros no primeiro semestre, o equivalente a um aumento de 153%, face aos 166 milhões registados em igual período do ano passado.

No caso das espanholas Cepsa e Repsol, os lucros ascenderam a 463 milhões e 2539 milhões de euros no primeiro semestre de 2022, o que representa uma subida de 153% e 105,6%, respetivamente.

Já a petrolífera italiana ENI amealhou um lucro de 7398 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, registando um aumento de quase 600%, visto que, no mesmo período do ano passado o valor não ultrapassava os 1103 milhões.

No caso da francesa TotalEnergies, os ganhos triplicaram, ascendendo a 18.733 milhões de dólares.

A Shell também teve fortes motivos para festejar, fechando o segundo trimestre do ano com um lucro ajustado de 11,2 mil milhões de euros. Na quinta-feira passada, a Shell revelou que o seu lucro registou um aumento homólogo de 176,8% no primeiro semestre deste ano, para 24.603 milhões de euros.

As norte-americanas Chevron e Exxon Mobil seguem igualmente a tendência. Na semana passada, a Chevron anunciou que, no primeiro semestre, obteve um lucro de 17.533 milhões de euros, 301% mais do que no mesmo período de 2021. A Exxon, por sua vez, entre janeiro e junho, registou lucros de 22.877 milhões de euros, mais do triplo do que no mesmo período de 2021 e um novo recorde.

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