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Inquérito ao Novo Banco: Bloco requer relatório do Banco de Portugal sobre resolução do BES

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ao Novo Banco tomou posse esta terça-feira, 15 de dezembro de 2020. A CPI é composta por 17 membros, sendo o Bloco de Esquerda representado pelos deputados Mariana Mortágua e Jorge Costa. Na comissão, o PS terá 7 membros, o PSD 4, o Bloco 2 e PCP, CDS-PP, PAN e Iniciativa Liberal, um deputado cada. Fernando Negrão (PSD) será o presidente da CPI.
Segundo o Jornal Económico, o primeiro documento que o Bloco de Esquerda vai requerer na CPI é o relatório de auditoria interna do Banco de Portugal sobre a resolução do BES. Há anos que este relatório é pedido pela Assembleia da República e, em particular, pelo Bloco de Esquerda. Em setembro passado, no anúncio da proposta do Bloco de Esquerda de uma CPI ao Novo Banco, a deputada Mariana Mortágua referiu o relatório que vai ser pedido como um documento essencial para apurar as responsabilidades do BdP na resolução do Banco Espírito Santo (BES). Na altura, Mariana Mortágua afirmou que “o Bloco de Esquerda não aceita a resposta e tentará por todos os meios obter este documento que é essencial para apurar as responsabilidades do BdP e para compreender as perdas que hoje todos os contribuintes estão a pagar no Novo Banco”.
Perceber a “teia estranha” de perdas e imparidades
Esta terça-feira, Catarina Martins também falou sobre a CPI ao Novo Banco, sublinhando, segundo a Lusa, que o objetivo do Bloco nesta comissão é perceber a “teia estranha” de perdas e imparidades no processo de venda de ativos, registo de prejuízos e perdas de dinheiro público.
“O que nós precisamos de saber é se estas operações de registo de imparidades sucessivas que permitiram ao Novo Banco estar a ir buscar, constantemente, dinheiro público ao fundo de resolução, como é que as operações foram feitas e como é que estas decisões foram tomadas”, adiantou Catarina Martins.
A coordenadora bloquista salientou que “as auditorias que existiram até agora foram auditorias que se debruçaram sobre os procedimentos formais, se formalmente se cumpriram os vários passos, mas nunca se debruçaram sobre a avaliação dos ativos, sobre a venda desses ativos e o registo das imparidades”.
“O que nós queremos perceber é se as notícias que nos dizem que carteiras de ativos que tinham um valor, foram vendidas por um valor muito inferior e, às vezes até, a empresas com interesses cruzados com acionistas de quem vendeu, da Lone Star”, frisou Catarina Martins.
E, acrescentou: “Há uma coisa que sabemos, em anos que alternaram Governos de PS, PSD e CDS é que esteve lá sempre alguém do BES nos Conselhos de Ministros e a comissão de inquérito revelou também esta promiscuidade para, entretanto, compreendermos o que aconteceu”.
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