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Igualdade? Enfermeiras discriminadas por gozarem licença parental

Nove enfermeiras foram excluídas em 2018 do acesso à categoria de Especialidades e esperam desde então por uma solução. Esta segunda-feira, manifestaram-se junto da secretaria de Estado da Igualdade.

No âmbito da semana da Igualdade promovia pela CGTP, nove enfermeiras que foram mães voltaram a denunciar a discriminação de que foram alvo em 2018, no concurso de acesso à especialidade. “Fomos discriminadas por estarmos em gozo de licença parental, ou seja, colegas em igual situação à nossa, no mesmo concurso, passaram todas em 2019 para a categoria de enfermeira de Especialidades e nós por estarmos em gozo de licença parental fomos excluídas dessas categorias”, afirmou à Lusa a enfermeira Daniela Santos.

“A única coisa que nos distinguiu das outras colegas que concursaram e que entraram para a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) foi o facto de termos sido mães”, acrescentou. O caso foi levantado pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) junto do Ministério da Saúde, mas até agora a situação de injustiça mantém-se sem resposta do Governo.

“Sentimo-nos injustiçadas, sentimo-nos discriminadas, por uma coisa que nos faz feliz e tristes pela falta de reconhecimento”, concluiu Daniela Santos.

Para a dirigente do SEP Zoraima Prado, o caso já devia estar resolvido há muito tempo. “Já tivemos, anteriormente, com o Governo anterior algum compromisso de resolução, mas a verdade é que cinco anos volvidos desde esta discriminação, que nós conseguimos comprovar, continuamos com enfermeiras a serem discriminadas pelo facto de terem sido mães”, afirmou à Lusa. Ao verem negada a integração na categoria de especialista, estas enfermeiras veem-se também impedidas de se candidatarem a outros concursos.

“Podemos nós e devemos nós exigir ao Governo soluções no sentido de fazer com que estas situações não existam e com que as que existem sejam reparadas e que vivamos num mundo mais justo. Não compreendemos como queremos incentivar a natalidade quando o que fazemos é penalizar quem foi mãe”, concluiu a sindicalista.

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