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Iglesias avisa Sánchez: “Só um governo de coligação pode garantir estabilidade”

O líder do Podemos quer negociar um acordo de governo com o PSOE. Líder da confederação patronal apela à direita para viabilizar governo minoritário dos socialistas.
Comício de campanha do Podemos em La Rioja. Foto Podemos/Flickr

Passadas menos de 48 horas das eleições e a poucas semanas de eleições autonómicas, municipais e europeias, o PSOE ainda não decidiu qual será a composição do futuro governo espanhol.

Do lado do Podemos, a primeira avaliação dos resultados por parte da Comissão Executiva tirou uma lição do que disse o eleitorado que acorreu às urnas no domingo: “Para haver estabilidade terão de ser feitos acordos entre forças políticas diferentes: no Estado, nas autonomias e nos municípios”. Nos dois últimos casos isso já acontece e a tendência para formar coligações que retirem a governação das mãos da direita pode acentuar-se com os resultados das eleições de maio.

O discurso oficial da campanha do Podemos não deixou dúvidas de que o objetivo do partido seria formar parte do próximo governo espanhol, ao fim de mais de um ano em que deu apoio parlamentar ao governo minoritário do PSOE, em troca de várias medidas como o aumento do salário mínimo nacional e a proteção dos pensionistas.

E esta terça-feira, Pablo Iglesias repetiu o aviso a Pedro Sánchez: “Só um governo de coligação com Unidas Podemos garantirá políticas progressistas e a estabilidade democrática que necessitamos. Se o socialismo pretende governar sozinho terá menos apoio parlamentar do que a direita”, afirmou no Twitter o líder do Podemos, partilhando uma entrevista nesse sentido dada nessa manhã pela líder parlamentar Irene Montero à Rádio Nacional de Espanha.

Pressão patronal para evitar governo de esquerda

O líder da confederação patronal espanhola deu uma entrevista ao El Mundo a apelar ao PP e Ciudadanos que se abstenham para viabilizar a nomeação de Pedro Sánchez à frente de um governo minoritário. "Não digo que tenham de dar a abstenção de mão beijada, mas seria bom que resultasse de acordos de interesse geral, para que o país enfrente a desaceleração económica", acrescentou António Garamendi, que assegura estar em contacto com "grandes, médias e pequenas empresas, que necessitam do mesmo: moderação e estabilidade".

Também o sistema financeiro, um dos principais alvos do Podemos no que toca às propostas do partido para a justiça fiscal, fez saber que o seu cenário predileto passa por uma improvável aliança entre o PSOE e o Ciudadanos.

Num documento revelado pelo canal La Sexta, os analistas do Banco Santander defendem que um pacto entre Sánchez e Albert Rivera “agradaria aos mercados financeiros”. Um conselho que dificilmente será seguido por qualquer um dos partidos. Na noite eleitoral, o líder dos Ciudadanos prometeu liderar a oposição, apesar de ter conseguido menos deputados do que o PP. E durante o discurso de Sánchez na festa socialista, uma das palavras de ordem mais ouvidas foi “Com Rivera não!”.

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