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Human Rights Watch: Violência policial em Calais é “desumana e inconcebível"

A organização não governamental denuncia a violência física contra migrantes pela polícia francesa e o assédio de trabalhadores humanitários, e alerta que, à medida que as temperaturas descem, os migrantes enfrentam maior risco de congelamento e hipotermia.
Pelo menos 500 migrantes e requerentes de asilo, entre os quais 100 crianças não acompanhadas, vivem nas ruas e em áreas arborizadas em Calais e nas redondezas. A maioria é da Eritreia, Etiópia e Afeganistão. Foto malachybrowne/Flickr.

"A violência policial em curso e a destruição e o confisco de pertences das pessoas são desumanos e inconcebíveis", afirmou Bénédicte Jeannerod, diretora da Human Rights Watch em França. "As autoridades francesas devem pôr imediatamente fim a esses abusos e garantir que os migrantes sejam tratados com a dignidade a que cada ser humano tem direito", frisou a responsável da ONG.

A Human Rights Watch descobriu que, durante a primeira semana de dezembro, a polícia antidistúrbios francesa confiscou e destruiu vários objetos pessoais de requerentes de asilo e outros migrantes, como sacos de dormir, cobertores, roupas e, também, telemóveis, medicação e documentos.

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Além do confisco de itens pessoais, a ONG documentou o abuso físico de migrantes pela polícia e o assédio de trabalhadores humanitários.

Muitas das organizações que operam em Calais, incluindo o L'Auberge des Migrants, também têm vindo a denunciar a violência policial a que os imigrantes são sujeitos.

Por outro lado, as ONG's alertam que as condições de vida precárias estão a prejudicar o bem-estar mental dos requerentes de asilo e outros migrantes, e que estes enfrentam maior risco de congelamento e hipotermia à medida que as temperaturas descem.

Pelo menos 500 migrantes e requerentes de asilo, entre os quais 100 crianças não acompanhadas, vivem nas ruas e em áreas arborizadas em Calais e nas redondezas. A maioria é da Eritreia, Etiópia e Afeganistão.


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Desde o encerramento da “Selva” de Calais pelas autoridades francesas em outubro de 2016, as autoridades municipais e nacionais falam repetidamente sobre o desejo de evitar o restabelecimento de outro acampamento permanente dentro ou nos arredores da cidade.

 

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