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Hospital Pulido Valente entrega 44 camas à Misericórdia de Lisboa

A pedido do Bloco, a Administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte irá explicar, no Parlamento, o motivo do encerramento de camas de internamento para a instalação de uma Unidade de Cuidados Continuados Integrados, que irá ser gerida pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
Hospital Pulido Valente entrega 44 camas à Misericórdia de Lisboa
Foto de Paulete Matos.

O Bloco de Esquerda chama a administração do Centro Hospitalar de Lisboa Norte (CHLN) ao Parlamento para que esta explique o motivo do encerramento de 54 camas de internamento de doentes agudos no Hospital Pulido Valente para “entregar 44 camas à exploração da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa”. O requerimento apresentado nesse sentido foi aprovado por unanimidade, pela Comissão Parlamentar de Saúde.

O Hospital Pulido Valente já tinha visto serem transferidos para o Hospital de Santa Maria, também pertencente ao Centro Hospitalar de Lisboa Norte, os serviços de Cirurgia Geral e Digestiva, Cirurgia Vascular, Urologia, Otorrinolaringologia, Gastrenterologia e Dermatologia. Vem agora perder mais duas enfermarias de medicina interna e as 54 camas de internamento de doentes agudos aí alocadas.

No requerimento entregue, o deputado Moisés Ferreira chama a atenção para o facto de, ao mesmo tempo, ser instalada no mesmo hospital "uma Unidade de Cuidados Continuados Integrados com 44 camas numa parte de um edifício cedido à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa”.

O encerramento de camas de agudos causa estranheza quando a região de Lisboa “continua a ter défice de camas”, chegando à situação limite de abrir contentores e a internar doentes em macas. Ainda recentemente, o Hospital de Santa Maria “teve vários doentes internados em macas por não ter camas suficientes para responder a um pico de procura provocado pela gripe”, refere ainda o deputado bloquista.

A ausência de camas de cuidados continuados na região de Lisboa é uma realidade, mas o deputado argumenta que tal “não pode justificar o encerramento de camas de internamento de agudos nos hospitais públicos” quando esse reforço continua a ser necessário.

Este processo de esvaziamento do Hospital Pulido Valente poderá pôr em causa outros serviços em que este é referência, nomeadamente de medicina interna, pneumologia, cirurgia torácica (responsável por 20% do total nacional de cirurgias do cancro do pulmão) e de consultas diferenciadas, como a consulta de hipertensão pulmonar.

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