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Hospital de Cascais acusado de viciar resultados para aumentar pagamentos do Estado

Os exemplos são vários. Na triagem haveria casos de sub-avaliação da dor dos doentes e da sua temperatura corporal, entre outros estratagemas. O objetivo era que fossem classificados pelo sistema de triagem como menos graves do que a situação que apresentavam. Assim, os tempos máximos de espera não seriam ultrapassados.
Por outro lado, haveria também falsificação de registos de atos não realizados como o acesso a oxigénio. Denuncia-se assim que a preocupação seria mais com o registo do que com o doente. E alguns registos também deveriam incluir estados clínicos passados dos doentes de forma a fazer com que o caso parecesse mais severo e aumentasse a comorbilidade dos utentes. Por exemplo omitindo que determinado tumor já tinha sido extraído. O objetivo aqui era influenciar o financiamento do hospital por via do índice de produção do hospital que tem em conta a complexidade das situações, o chamado “case-mix”.
Estas acusações foram feitas por um grupo de ex e atuais trabalhadores do Hospitais de Cascais que sublinham as pressões de chefias e administração para praticar estes atos de falsificação. Em todos os casos o foco seria sempre o mesmo: aumentar as verbas pagas pelo Estado a esta parceria público-privada.
O canal televisivo acrescenta na sua reportagem que muitos dos trabalhadores não falaram por recear represálias ou por ter acordos de confidencialidade em vigor. Mas aqueles que falaram parecem estar dispostos a ir até ao fim. O assunto já chegou às entidades responsáveis por investigação: Inspeção-Geral de Saúde e ao Ministério Público.
Contactada pela SIC durante a realização da reportagem, a administração do grupo Lusíadas Saúde recusou prestar declarações.
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