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Hospital de Braga: Bloco questiona encerramento de cirurgia pediátrica

No início de julho, o serviço de cirurgia pediátrica do Hospital de Braga passou a encerrar à noite, devido à indisponibilidade de cirurgia geral para atender crianças neste horário. O Bloco questionou o Governo e a apela a que sejam construídas as pontes que permitam levar à resolução desta situação.
Bloco questiona encerramento noturno de cirurgia pediátrica no Hospital de Braga. Fotografia: Hospital de Braga

O Hospital de Braga é um hospital central com urgência geral, pediátrica e obstétrica/ginecológica que presta cuidados de saúde a mais de um milhão de pessoas em primeira e segunda linha de referenciação. 

Uma das especialidades disponibilizadas por este hospital é cirurgia pediátrica, sendo o único hospital do distrito com esta valência. Desde o dia 1 de julho, este serviço deixou de assegurar o atendimento urgente à noite, entre as 20h00 e as 8h00 da manhã. 

De acordo com a administração do Hospital de Braga, citada pela Agência Lusa, “esta alteração surge da indisponibilidade dos médicos do Serviço de Cirurgia Geral para assegurar as observações a utentes pediátricos no período noturno, tal como sempre aconteceu até hoje, e do facto de o quadro médico do Serviço de Cirurgia Pediátrica ser composto por nove cirurgiões”.

Na pergunta endereçada ao Governo, o Bloco de Esquerda refere que “destes nove cirurgiões, um tem mais de 70 anos, outro tem mais de 50 estando dispensado por lei de efetuar alguns serviços e outro, Jorge Correia Pinto, é diretor do serviço e foi nomeado em junho presidente da Escola de Medicina da Universidade do Minho, onde é também docente”. 

No documento endereçado ao Ministério da Saúde, o Bloco afirma que “uma parte substancial dos atendimentos de urgência pediátrica ocorrem devido a apendicites” lembrando que “as crianças a partir dos sete anos podem ser intervencionadas por cirurgia geral. Este é, aliás, o procedimento adotado em várias zonas onde não existe cirurgia pediátrica, como por exemplo nos Açores, bem como nas unidades hospitalares de Viana do Castelo ou Vila Nova de Famalicão, onde as crianças com mais de sete anos com apenticites são operadas por cirurgia geral”. 

O Bloco refere que a o procedimento até agora vigente de “cooperação” entre cirurgia pediátrica e cirurgia geral “parecia ser positivo para todos” e lamenta a sua interrupção que acarreta transtorno “para os utentes, para os respetivos serviços, para o Hospital de Braga e para o Hospital de São João, no Porto, para onde são agora encaminhados os utentes”. 

“O Bloco de Esquerda reconhece o profundo empenho que os profissionais do Serviço Nacional de Saúde incutem no seu trabalho e lutamos para que tenham mais direitos, mais salário, mais estabilidade e mais condições de trabalho”, refere o partido, acrescentando que “temos a certeza que os profissionais do SNS tudo fazem para assegurar o melhor serviço aos utentes que, neste caso, passa pela reabertura urgente do serviço de cirurgia pediátrica no horário noturno pelo que apelamos a que sejam construídas as pontes que permitam levar à resolução desta situação”. 

No documento dirigido ao Ministério de Marta Temido, o Bloco de Esquerda pretende saber quais as diligências que estão a ser efetuadas tendo em vista a reabertura do serviço de urgência de cirurgia pediátrica do Hospital de Braga no período noturno. 

O partido pretende também obter mais informações sobre a rede de referenciação de cirurgia pediátrica na zona norte do país, bem como sobre os procedimentos das diversas unidades hospitalares quanto à intervenção em apenticites de crianças com mais de sete anos. 

Por fim, o Bloco de Esquerda quer conhecer quais os horários em que há acesso a ecografias nos diversos hospitais do norte. Em Braga este meio complementar de diagnóstico se encontra disponível até às 23h00. 

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