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Hong Kong: começou julgamento dos ativistas pró-democracia

47 políticos, advogados, ativistas e jornalistas são acusados de “subversão” pelo seu papel na organização das primárias da oposição em 2020.
Chan po-ying, esposa do ativista preso Leung Kwok-heung, rodeada por polícias à porta do tribunal esta segunda-feira em hong Kong. Fot Jerome Favre/EPA.

Após os protestos que abalaram Hong Kong em 2019 contra o governo de Carrie Lam e a influência chinesa na repressão das liberdades democráticas, a repressão de Pequim não se fez esperar e teve como alvo alguns dos líderes mais proeminentes da oposição na antiga colónia britânica.

Esta segunda-feira começam a ser julgados os 47 acusados de “conspiração para cometer atos subversivos”, que consistiram na organização de primárias para escolher os melhores candidatos da oposição. Entre eles estão antigos eleitos da oposição, jornalistas, académicos e ativistas do movimento pró-democracia, quase todos presos desde que as acusações foram conhecidas em 2021.

A repressão da oposição permitiu ao governo de Hong Kong retirar os mandatos aos deputados “não patriotas” e organizar eleições “apenas para patriotas”, que só qualifica para a eleição os candidatos aprovados por um comité governamental de acordo com a sua lealdade a Pequim. O resultado foi uma participação de apenas 30% dos eleitores. Ainda antes da eleição, Carrie Lam desvalorizava a prevista baixa afluência, justificando-a com a desmobilização da oposição face ao bom desempenho do seu governo.

Dos 47 acusados, 42 foram candidatos nessas primárias e cinco foram organizadores da eleição. Apenas 16 contestam as acusações e a maioria optou pro procurar acordos. “Eu tentei cometer subversão contra um regime totalitário, mas falhei. Declaro-me culpado”, disse um dos acusados, Ng Kin-wai, um jovem eleito num dos 18 conselhos administrativos de Hong Kong, citado pelo New York Times. Também Joshua Wong, um dos nomes mais conhecidos entre os ativistas presos, escolheu dar-se como culpado. Mas isso não significa que sejam poupados a penas de prisão, que podem ir desde três anos a prisão perpétua.

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