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Headoffice: a gestora de fortunas que Alina Leivikova representa em Portugal
A Headoffice, sediada no Chipre, fornece diversos serviços, do aconselhamento legal à consultoria imobiliária, passando pela organização de férias de luxo. No seu site, faculta o endereço da sede e números de contacto no Chipre, EUA, Suíça, Reino Unido, Áustria, Mónaco, Cazaquistão, Ucrânia, Emirados Árabes Unidos, Itália. Ainda segundo o site oficial, “Alina Leivikova representa os interesses da Headoffice em Portugal e desenvolve relações com os clientes da região”. Que clientes e interesses são esses, não se sabe.
A sombra de Rybolovlev
Também não se conhece a estrutura acionista da Headoffice. Certo é que a gestora de fortunas é liderada por Vladimir Baumgertner, por muitos anos braço direito de Dmitry Rybolovlev, famoso oligarca que comprou o Mónaco FC e que tem fortes ligações a Donald Trump. Rybolovlev contratou Baumgertner pela primeira vez em 2004, para dirigir a maior produtora mundial de potássio para fertilizantes. A Uralkali foi atribuída a Rybolovlev na vaga de privatizações selvagens que se seguiu à queda da URSS, no início dos anos 90 do século passado.
Vladimir Baumgertner integra a “reserva de gestores de alto potencial” criada em 2008 pelo então presidente russo, Medvedev. É também nesse ano que Rybolovlev se aproxima de Donald Trump, a quem adquire uma sumptuosa villa, em Palm Beach, por 95 milhões de dólares (Trump tinha-a comprado por 41 milhões). Em 2010, Rybolovlev vende a sua quota de controlo na Uralkali por 6500 milhões de dólares e é dado como o décimo homem mais rico da Rússia.
A carreira de Baumgertner à frente da Uralkali termina com estrondo. De 2005 até 2013, a Uralkali e a Belaruskali estavam associadas na Companhia Bielorussa de Potássio. Baumgertner rompe abruptamente a sociedade. A Uralkali estava então em posição dominante (um quinto da produção mundial de potássio) e arriscou uma forte redução de preços para dominar o mercado internacional, levando a uma abrupta queda do valor das ações das produtoras de potássio, a começar pelas bielorrussas. Um mês depois da rutura do consórcio russo-bielorruso, Baumgertner é chamado à capital bielorrussa, Minsk, para conversações. É detido e algemado perante as câmaras de televisão, o caso é notícia internacional e, depois de um mês em isolamento, é mantido em prisão domiciliária. Apela então a Putin e, pouco depois, é aberto um processo na Rússia que leva à sua extradição. Ao fim de um ano em prisão domiciliária, o atual CEO da Headoffice foi libertado sob fiança.
Em 2015, Baumgertner vai presidir à Global Ports, a maior operadora de terminais de contentores da Federação Russa, de onde sai em 2017 para regressar ao serviço de Dmitry Rybolovlev, à frente uma produtora de baterias de lítio, a Alevo. Com sede em Basileia, esta "Tesla da Suíça" instala uma unidade de produção na Carolina do Norte, EUA. A empresa cai, falida, antes de vender baterias, mas logo Rybolovlev lança a Innolith, que herda os ativos da Alevo. A Innolith é dirigida por Sergey Buchin, hoje número dois de Baumgertner na Headoffice. Por seu lado, Baumgertner assume a presidência da holding de Rybolovlev, a Rigmora, com sede no Mónaco, em que permanece até 2019.
Ligações a Donald Trump
Depois do financiamento a Donald Trump através da compra inflacionada da mansão de Palm Beach, Rybolovlev manteve-se como um dos oligarcas russos mais estreitamente ligados ao círculo do ex-presidente norte-americano. Em 2013, detinha a maior quota e era chairman do Banco de Chipre, cerca de 9.9% e, no ano seguinte, deu as boas vindas ao milionário norte-americano Wilbur Ross, que compra uma quota dominante do banco, tornando-se vice-chairman, posição em que se encontra quando, em 2016, chega a Secretário do Comércio da presidência Trump. Durante a campanha presidencial, foi detetado um conjunto de coincidências entre voos dos jatos privados de Trump e Rybolovlev.
Dimitry Rybolovlev é hoje, no ranking da revista Forbes, o 391º homem mais rico do mundo. Vladimir Baumgertner e Sergey Buchin dirigem a Headoffice. Em Portugal, esta empresa é representada por Alina Leivikova, filha de Markos Leivikov, sócio e sogro de Marco Galinha, presidente do grupo Global Media, que detém a TSF, o DN e o JN. A empresária não respondeu às questões enviadas pelo Esquerda.net sobre a natureza da sua ligação à empresa, a atividade que desenvolve em Portugal e as ligações a Rybolovlev.
Comments
As incertezas como verdades!?
Tudo o que aqui leio de FACTO é isto: ''‘’...como um dos oligarcas russos…’’ não diz que é, diz ‘’como’’ porque está a inventar, a criar estórias, talvez para limpar o seu nome sujo ligado a Putin.
‘’...não se conhece’’... se não se conhece, procura, faz um trabalho digno ou cala-te! Já chega de envergonhares todos aqueles que falam verdades.
‘’À frente da empresa estão dois executivos com carreira junto de Dmitry Rybolovlev, um dos maiores oligarcas russos, dono do Mónaco FC, próximo do Kremlin e de Donald Trump.’’... fizeram carreira junto? ah foi? apanharam o 38, ou andaram na mesma faculdade de letras? como tu e eu? Somos amigas então!?
‘’... a gestora de fortunas é liderada? por Vladimir Baumgertner, por muitos anos braço direito de Dmitry Rybolovlev (link is external), famoso oligarca que comprou o Mónaco FC e que tem fortes ligações a Donald Trump’’...
‘’...os interesses da Headoffice em Portugal e desenvolve relações com os clientes da região”. Que clientes e interesses são esses, não se sabe.’’
‘’...do século passado. ‘’
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