O Haiti está entre os países mais pobres do mundo e também se encontra entre um grupo restrito de países que ainda não recebeu qualquer vacina, é o único do hemisfério ocidental, segundo o Jornal de Negócios.
Este país estava entre os 92 Estados abrangidos pela oferta das doses através da Covax, mas recusou a entrega por serem vacinas da AstraZeneca, alegando efeitos secundários e um temor generalizado na população.
Laure Adrien, diretor-geral do Ministério da Saúde do Haiti, clarificou que o país “não rejeitou a oferta de vacinas”, mas “o que pedimos foi que mudassem a vacina que nos estavam a fornecer”.
Em maio, o temor pelos efeitos secundários da vacina da AstraZeneca reduziu-se, ao mesmo tempo que os novos casos diários de covid-19 aumentavam. Assim, as entidades competentes decidiram aceitar a oferta das vacinas, mas já não havia essa disponibilidade por causa de problemas na produção na Índia e por uma maior procura global.
O Painel de Mercado de Vacinas das Nações Unidas, que processa as informações sobre a Covax, não tinha previsto entregas no Haiti.
Para além dos problemas derivados da pandemia, o Haiti tem enfrentado fortes protestos contra o presidente Jovenel Moïse, juntamente com uma onda de violência de organizações criminosas e sequestros. No mês passado, um membro dos Médicos Sem Fronteiras (MSF), que é responsável por várias clínicas no país, foi assassinado.
O Haiti tem registados 15.435 casos de covid-19 e 325 mortes, mas acredita-se que a verdadeira dimensão do problema está escondida pela falta de realização de testes.
Alessandra Giudiceandrea, chefe de missão da MSF, referiu que “vemos uma alta taxa de mortalidade e as instalações estão sobrecarregadas”. O país vizinho, a República Dominicana, já vacinou 20% da população.