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Há uma folga de 100 milhões para subir pensões em 2018

Catarina Martins assinalou que os encargos da Segurança Social com o aumento de pensões em 2017 e com ajustes nos apoios sociais ascendeu a 700 milhões de euros, contudo, a criação de emprego originou uma receita superior, de 800 milhões.

Em entrevista à CMTV, a coordenadora do Bloco de Esquerda frisou que há margem para garantir que as pensões tenham aumentos superiores à inflação.

Segundo Catarina Martins, os encargos da Segurança Social com o aumento de pensões em 2017 e com ajustes nos apoios sociais ascendeu a 700 milhões de euros, contudo, a criação de emprego originou uma receita superior, de 800 milhões. Ou seja, existe uma folga de 100 milhões para subir pensões em 2018.

Precisamos de justiça fiscal

Lembrando que o Governo de direita, “numa altura em que havia pouco emprego e os salários tinham sido reduzidos”, aumentou os impostos para quem vive do seu trabalho e baixou os que eram aplicados sobre os lucros das grandes empresas, Catarina Martins defendeu que é preciso reverter o “enorme e violento aumento de impostos” de Vítor Gaspar.

“Precisamos de conseguir justiça fiscal, progressividade, e é por isso que, para o Bloco de Esquerda, é tão importante criarmos novos escalões de IRS”, medida que terá “um efeito benéfico para todos os salários e pensões”, frisou a dirigente bloquista.

Um dos objetivos centrais dos bloquistas passa por desdobrar o 2º e o 3º escalões de IRS.

O Bloco está ainda a negociar com o Governo uma proposta para o englobamento no IRS dos rendimentos prediais e de capitais.

"Há rendimentos que não são do trabalho, que não são salários nem pensões. São pessoas que têm muitos rendimentos de capital ou de propriedade e que deviam ser obrigadas a englobá-los para pagarem uma taxa proporcional", esclareceu Catarina Martins.

É preciso fazer escolhas e canalizar investimento para os serviços públicos

A coordenadora do Bloco frisou que “temos de continuar a fazer um caminho que responde às pessoas”, assinalando que ficou provado que a política de austeridade imposta pela direita estava errada, sendo que “as pessoas ficaram pior e a dívida aumentou”.

Catarina Martins defendeu que é preciso “impor regras ao sistema financeiro e impor ao sistema financeiro as perdas que ele próprio produz com as suas crises”, protegendo “a economia real, a produtiva, reforçando salários pensões e serviços públicos”

Para a dirigente bloquista, “o acumular de falta de investimento ao longo dos anos criou profundas dificuldades” e, num momento em que a economia está, inclusive, a crescer, “é preciso fazer escolha e canalizar investimento para os serviços públicos”.

Catarina Martins referiu que o Serviço Nacional de Saúde tem sido esquecido, não se sentindo “a repercussão do acordo [com o PS]".

A Saúde é, para os bloquistas, uma prioridade no Orçamento do Estado para 2018.

No que respeita à relação com o PS, a coordenadora do Bloco lembrou que o partido fez "um acordo de mínimos" e que todos os compromissos assumidos têm de ser cumpridos. Catarina Martins vincou ainda que o Bloco tem apresentado ao executivo alternativas com contas feitas.

Reivindicações dos enfermeiros são justíssimas e essenciais

Sobre as reivindicações dos enfermeiros, que são “a espinha dorsal da Função Pública”, Catarina Martins afirmou que as mesmas “são justíssimas e essenciais”.

A dirigente bloquista lembrou que os enfermeiros licenciados entram na Função Pública a ganhar menos, que nunca se resolveu o problema de trabalharem mais horas por menos salário, mesmo quando se passou das 40h para as 35h noutras áreas do Estado, e que, devido ao congelamento de carreiras, enfermeiros especialistas estão a ganhar “como se não tivessem nenhuma especialização acrescida nem nenhuma competência acrescida”.

Catarina Martins falou ainda sobre os problemas dos tarefeiros das escolas, que cuidam das nossas crianças, a receber a 3,5 euros e do direito dos professores à vinculação, defendendo que “quando respeitamos os direitos dos professores também garantimos estabilidade nas escolas”.

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