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“A guerra contra o terrorismo legou-nos mais terrorismo”

José Manuel Pureza discorda da decisão do envio de militares para a República Centro Africana (RCA), Mali e Mediterrâneo considerando que esta representa “ falta de coragem política”.
Portugal tem cerca de 500 militares envolvidos em missões no estrangeiro.

O deputado do Bloco e vice-presidente da Assembleia da República, afirmou ao Expresso que “a resposta europeia ao terrorismo foi, até agora, marcada por um duplo fracasso: a securitização das nossas sociedades não preveniu novos e mais letais ataques; e a guerra contra o terrorismo legou-nos mais terrorismo".

se queremos combater a sério o Daesh e outros grupos afins, a prioridade tem de ser a coragem política para secar, do lado de cá, as suas fontes de financiamento, a compra do seu petróleo e o fornecimento das suas armas

De acordo com os bloquistas, "se queremos combater a sério o Daesh e outros grupos afins, a prioridade tem de ser a coragem política para secar, do lado de cá, as suas fontes de financiamento, a compra do seu petróleo e o fornecimento das suas armas".

Rejeição da resposta militar

Desta forma, José Manuel Pureza sublinha que “é essa coragem que tem faltado à Europa. Uma falta de coragem que não se compensa com o envio de tropas para um dos outros nomes da guerra que é a 'estabilização".

De acordo com aquele deputado, o “que está em causa no reforço das missões na RCA e no Mali, ou na militarização, por intermédio da NATO, da fronteira sul da Europa, é a adoção da resposta militar como prioridade".

Recorde-se que envio de militares portugueses para a República Centro-Africana (RCA), o Mali e o Mediterrâneo, uma decisão do governo que recebeu na passada quinta-feira um parecer favorável do Conselho Superior de Defesa Nacional (CSDN) implica o envio, em 2016, de um contigente de militares portugueses (até 160) para a RCA pelo período de um ano.

Em relação ao Mali, um país considerado de risco elevado, seguirá uma aeronave da Força Aérea e um grupo de até 75 militares.

Finalmente, e ainda de acordo com o Expresso, a terceira missão enquadra-se na operação “Sophia”, localizada no Mediterrâneo, e visa “combater redes de tráfico de migrantes”. Para esta operação, será enviada uma aeronave P-3C e até 30 militares, que vão operar a partir de Itália.

No total, Portugal participa neste momento em 12 missões internacionais (seis da UE, quatro da NATO e duas da ONU), num total de quase 500 militares, um número para o qual contribuem os 185 militares da fragata "Vasco da Gama", questão há três semanas no Golfo da Guiné.

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